Dezembro 2021 vol. 7 num. 3 - IX Congresso Médico Universitário São Camilo
Artigo - Open Access.
A INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA INTESTINAL E DOS ANTIBIÓTICOS NO DESENVOLVIMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
A INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA INTESTINAL E DOS ANTIBIÓTICOS NO DESENVOLVIMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Ursich, B. N. ; Botelho, F. F. ; Santos, L. B. ; Petrasso, M. V. ; Rodrigues, S. E. B. ; Plaggert, P. ;
Artigo:
OBJETIVO: revisar como a microbiota intestinal e o uso de antibióticos podem influenciar no desenvolvimento do transtorno do espectro autista. METODOLOGIA: Revisão narrativa elaborada através da utilização da base de dados PubMed com utilização dos descritores “(autism) AND (gut microbiota) AND (antibiotics)” sem uso de filtros. Foram encontrados 86 resultados e, após o emprego dos critérios de exclusão, 11 foram selecionados. RESULTADOS: Em dois estudos foi demonstrada uma diminuição nos níveis de bifidobactérias e elevados níveis de clostrídios um risco maior de desenvolvimento do TEA (Transtorno do Espectro Austista). Cinco estudos avaliaram a associação entre a administração de antibióticos e o risco de desenvolvimento de TEA. Em um deles, o diagnóstico de otite média aumentou o risco de autismo e os indivíduos que usaram antibióticos em relação aos que não usaram tiveram um risco aumentado de TEA. No outro, as crianças que receberam antibiótico no primeiro ano de vida em comparação com as que não receberam, tiveram uma redução no risco de TEA. O terceiro estudo concluiu que há diferença na microbiota intestinal de crianças com e sem TEA. O quarto observou que a exposição a um antibiótico durante a gravidez no contexto de MIA (ativação imunológica materna) protege contra o risco aumentado de TEA na prole, enquanto o não uso de antibiótico o aumentou significativamente. O último mostrou um aumento desse risco nas crianças expostas a antibióticos no período pré-natal em comparação com aquelas que não foram expostas. Outro estudo revelou que as crianças com TEA tendem a ter menor diversidade e riqueza bacteriana. Um ensaio clínico de transplante de microbiota observou melhora no comportamento relacionado ao TEA, com melhora nas pontuações na escala de resposta social (SRS). Dois estudos realizados em ratas puderam evidenciar que certos subprodutos do metabolismo de bactérias intestinais têm a capacidade de modificar o desenvolvimento e comportamento de uma forma que se assemelham aos problemas da TEA. CONCLUSÃO: A diminuição de bifidobactérias e aumento de clostrídios estão associados com um risco elevado de desenvolvimento do TEA, bem como administração de antibiótico em determinadas situações. Embora a relação entre a microbiota e o desenvolvimento do TEA seja descrita e comprovada na literatura, a influência do antibiótico se apresentou controversa, necessitando de mais estudos.
Artigo:
OBJECTIVE: Review how the gut microbiota and the use of antibiotics may influence the development of autism spectrum disorder. METHODS: Narrative review developed using the PubMed database with the descriptors "(autism) AND (gut microbiota) AND (antibiotics)" without using filters. Eighty-six results were found, and after using exclusion criteria, 11 were selected. RESULTS: Two studies revealed a decrease in bifidobacteria levels and elevated levels of clostridia were shown to increase the risk of developing ASD (Austistic Spectrum Disorder). Five studies have evaluated the association between antibiotic administration and the risk of developing ASD. One of the articles found out that the diagnosis of otitis media increased the risk of autism, and individuals who used antibiotics compared to those who did not had an increased risk of ASD. In the other, children who received antibiotics in the first year of life compared to those who did not, had a reduced risk of ASD. The third study concluded that there is a difference in the gut microbiota of children with and without ASD. The fourth observed that exposure to an antibiotic during pregnancy in the context of MIA (Maternal immune activation) protects against an increased risk of ASD in the offspring, while not using an antibiotic significantly increased it. The fifth showed an increase in this risk in children exposed to antibiotics in the prenatal period compared to those who were not exposed. Another study found that children with ASD tend to have lower bacterial diversity and richness. A clinical trial of microbiota transplantation observed improved behavior related to ASD, with improved scores on the social response scale (SRS). Two studies in rats were able to highlight that certain byproducts of gut bacterial metabolism have the ability to modify development and behavior in a way that resembles TEA problems. CONCLUSION: Decreased bifidobacteria and increased clostridia are associated with an increased risk of developing TEA, as well as antibiotic administration in certain situations. Although the relationship between the microbiota and the development of TEA is described and proven in the literature, the influence of the antibiotic has been shown to be controversial, requiring further studies.
Palavras-chave: Autismo; Microbiota intestinal; Antibióticos,
Palavras-chave: autism, gut microbiota, antibiotics,
DOI: 10.5151/comusc2021-07
Referências bibliográficas
- [1] .
Como citar:
Ursich, B. N.; Botelho, F. F.; Santos, L. B.; Petrasso, M. V.; Rodrigues, S. E. B.; Plaggert, P.; "A INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA INTESTINAL E DOS ANTIBIÓTICOS NO DESENVOLVIMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA", p. 100-120 . In: Anais do IX Congresso Médico Universitário São Camilo..
São Paulo: Blucher,
2021.
ISSN 2357-7282,
DOI 10.5151/comusc2021-07
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