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Justificativa

Acidentes com corpos estranhos (ACE) são frequentes em crianças e podem ser graves, representando uma causa importante de morbimortalidade e problema de saúde pública. A natureza dos acidentes é multifatorial. O conhecimento dos mecanismos e fatores envolvidos é essencial para a determinação de um perfil de risco. Tais dados são importantes para medidas preventivas, terapêuticas e diagnósticas.

Objetivo(s)

Descrever ACE em Otorrinolaringologia de acordo com idade acometida, gênero, características do corpo estranho, complicações associadas e localização anatômica, com destaque para o Sistema Aerodigestivo

Método(s)

Estudo retrospectivo com revisão de prontuário de 668 casos atendidos em pronto socorro de um Hospital Pediátrico Terciário em São Paulo entre 2014 e 2017.

Resultado(s)

Foram encontrados corpos estranhos no sistema digestivo (238/668), cavidades nasais (206/668), orelhas (182/668), orofaringe (34/668) e sistema respiratório (8/668). 8,23% dos casos necessitaram internação hospitalar. A principal faixa etária acometida correspondeu a menores que 5 anos, não havendo diferença entre os sexos. As complicações mais frequentes acometeram o sistema digestivo e as mais graves ocorreram no sistema respiratório.

Conclusão(ões)

Deve-se preparar equipes multidisciplinares nos Pronto Socorros para atendimentos adequados aos ACE. A necessidade de diagnóstico precoce, remoção no Pronto Socorro ou Centro Cirúrgico e seguimento da criança é fundamental. É importante a elaboração de campanhas de prevenção, incluindo um perfil de risco para determinados produtos e/ou materiais, ajudando na garantia de segurança aos consumidores. Para tanto, faz-se necessária a criação de uma base de dados nacional com notificação compulsória contendo informações relevantes em relação aos ACE na população pediátrica.