Artigo:

"O objetivo deste texto é apresentar um resumo do artigo ENADE E HISTÓRIA DO DESIGN: análise das questões de História do Design do Enade para os CST em Design Gráfico de acordo com a Taxonomia de Bloom, aprovado no XV P&D Design, realizado em Manaus, entre 21 e 23 de outubro de 2024. A questão central do artigo é “quais as habilidades cognitivas exigidas dos e das estudantes nas questões de História do Design (HD) nas três edições do Enade para a Área de Tecnologia em Design Gráfico?”, sendo o objetivo identificar estas habilidades. Para tal, fizemos uma pesquisa qualitativa, exploratória, descritiva, bibliográfica e documental (Gil, 2002). Dos 90 itens (30 para cada edição do Enade) da seção Conhecimentos Específicos, analisamos apenas aqueles com HD como Objeto de Conhecimento (OC) definido, somando 10 itens: 4 da edição de 2015, 2 de 2018 e 4 de 2022. A ferramenta de análise dos itens foi a Taxonomia de Bloom, um sistema hierarquizado de categorias de processos cognitivos, sendo eles, em ordem crescente e cumulativa de complexidade: Conhecimento, Compreensão, Aplicação, Análise, Síntese e Avaliação (Bloom et al., 1973). A justificativa está na importância da HD para a atuação profissional dos(as) tecnólogos(as) em Design Gráfico e na possibilidade de problematizar o ensino histórico nas especificidades dos Cursos Superiores de Tecnologia em Design Gráfico (CSTDG) – sua intrínseca vinculação conceitual ao mundo do trabalho, a indissociabilidade entre teoria e prática como estratégia pedagógica e o trabalho como princípio educativo – e na conformação de um código disciplinar para HD. Cuesta (2002, p. 29) define o código disciplinar “como o conjunto de ideias, valores, suposições, regulamentações e rotinas práticas (de caráter expresso ou tácito) que orienta a prática profissional dos docentes. Em suma, o elenco de ideias, discursos e modos de fazer determinantes do ensino de História dentro do marco escolar”. Identificamos que as habilidades cognitivas avaliadas pelo Enade pertencem sobretudo aos 3 níveis mais baixos e as dificuldades encontradas pelos e pelas estudantes correspondem ao grau de complexidade das habilidades. Percebemos também que os conteúdos possuíam um cunho mais internacionalista. Considerando o conceito de código disciplinar, o que tem aparentemente direcionado a prática dos(as) docentes é a reprodução de uma lógica ainda presa ao enfoque no design modernista internacional. Lembrando que os CSTDG fazem parte da Educação Profissional e Tecnológica, focar o ensino de HD na disseminação deste conteúdo (além de valores e discursos que vêm com ele, se não de uma maneira crítico-reflexiva) e em habilidades cognitivas de evocação (memória) e entendimento apenas, não parece ser o caminho mais adequado. Ao misturar Perfis e Competências mais próximas à prática projetual e mesclar diferentes OC à HD, o Enade aponta caminhos de possibilidade a serem explorados por professores(as), novos desenhos de objetivos educacionais para dar conta da formação humanista do(a) Tecnólogo(a) em DG, encontrando alternativas ao código disciplinar tradicional, oportunizando o desenvolvimento de um pensamento crítico sobre o campo do design, os valores aos quais se aferra e a prática profissional."