Revisão de Literatura:

"**INTRODUÇÃO: **A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, associada a uma hiperresponsividade brônquica e caracterizada por obstrução reversível ao fluxo aéreo. Assim, o motivo que impulsionou a pesquisa foi o fato da asma apresentar-se com maior risco de evolução para a gravidade na maioria das infecções virais, contudo, especificamente em relação a COVID 19, tal correlação não foi observada. A hipótese insere uma menor disponibilidade de Enzima Conversora de Angiotensina II em pacientes atópicos, para identificar as possíveis causas, pelas quais, estes não se enquadram no grupo de risco da COVID-19.**OBJETIVO:** Avaliar as possibilidades de infecção e predisposição ao desenvolvimento de formas graves de COVID-19 em pacientes asmáticos, segundo dados estatísticos coletados.**MÉTODOS**: Revisão bibliográfica do tipo meta-análise no banco de dados, além de busca na literatura de atualização. Pesquisaram-se as palavras-chave: COVID-19, atopias e asma, incluindo artigos que avaliassem a fisiopatologia da doença e a correlação desta com as possibilidades de infecção pelo novo coronavírus.**RESULTADOS: **Em 2019, o estudo de coorte URECA (UrbanEnvironmentandChildhoodAsthma), que acompanhou 318 crianças, do nascimento até o início da adolescência, analisou a prevalência de asma, incluindo a expressão do receptor ECA2, e assim a presença de sensibilização alérgica foi inversamente proporcional à expressão desse receptor. Segundo o estudo realizado em 7 países diferentes pela Revista Portuguesa de Imunoalergologia, destaca-se que a asma não apresenta grande prevalência nos pacientes analisados, como em Wuhan, no hospital Tonji de 548 pacientes hospitalizados com a COVID-19, apenas 5 (0,9%) apresentavam o diagnóstico de asma. Além disso, em múltiplos hospitais em Nova Iorque, em 5700 pacientes hospitalizados, foram identificados 479 (9%) pacientes com diagnóstico de asma.**CONCLUSÃO: **Conclui-se, portanto, que pacientes com asma e determinadas atopias não parecem se enquadrar no grupo de risco para COVID-19. Uma das hipóteses, no momento, é a relação entre a maior expressão de Interleucina-13 em pacientes atópicos, que inibe a expressão de receptores de ECA II, local de ligação para o vírus. Contudo, é indispensável salientar que o tratamento de manutenção, deve ser mantido mesmo em momento de pandemia, para obter um bom prognóstico da doença respiratória de base."