Trabalho Epidemiológico:

"INTRODUÇÃO:A leishmaniose visceral (LV) é uma doença crônica, potencialmentefatal, causada por protozoários do gênero Leishmania. Tal patologia, cujoprincipal reservatório periurbano é o cão, possui um caráter originalmenterural mas vem se expandindo para essas novas áreas, devido a adaptações dovetor, inseto da subfamília dos flebotomíneos. O estado de Minas Gerais possuio maior número de casos de LV da região Sudeste e a capital, Belo Horizonte,vem enfrentando esse desafio de saúde pública nos últimos anos. OBJETIVOS:Analisar o perfil epidemiológico dos pacientes com LV em Belo Horizonte e, combase nos dados de internação referente à moléstia na cidade, descrever oimpacto econômico da mesma. MÉTODOS: Foi realizada um estudo quantitativo edescritivo mediante acesso aos dados secundários de LV no Sistema deInformação de Agravos de Notificação – SINAN do Ministério da Saúde , noperíodo de 2007 a 2018, e no Sistema de Informação Hospitalar - SIH do SUS, de2008 a 2019. RESULTADOS: No SINAN foram registrados 1054 casos da doença, dosquais 97,9% eram autóctones. Do total, a maioria provinha de zona deresidência urbana (95,5%) e 1034 casos (98,1%) foram confirmados por métodolaboratorial. A maioria dos indivíduos eram homens (62,8%), pardos (33,9%),entre 20-39 anos (26,37%) e 40-59 anos (26,47%) de idade. Quanto ao quadroclínico, verificou-se que 17,2% das pessoas possuíam coinfecção com HIV e 839pacientes evoluíram para a cura (79,6%). Foram confirmados 135 óbitos por LV(12,8%) e 35 por outras causas (3,3%). No SIH verificou-se que no períodoocorreram 1434 internações, das quais 62,9% eram do sexo masculino. A maioriaestava entre 1 e 4 anos de idade (23,1%) e eram pardos (67,4%). Também foramconfirmados 49 óbitos. Em relação aos custos, o valor médio das internaçõesfoi R$ 955, com uma média de permanência de 18 dias; o custo total dasinternações no período estudado foi de aproximadamente  R$ 1.370.000 milhões.CONCLUSÕES: Foi possível observar que há uma manutenção na ocorrência da LV aolongo dos onze anos analisados, enquadrando-a como uma doença endêmica nolocal. Assim, o número e o custo das internações é um fator de relevância, umavez que moléstias dispendiosas, como a LV, sobrecarregam o Estado. Além disso,a constatação do perfil epidemiológico da capital mineira aponta para anecessidade de ampliação do diagnóstico precoce, a partir da revisão dosprogramas atuais de atenção e tratamento."