Trabalho Epidemiológico:

**INTRODUÇÃO: **o diabetes mellitus (DM) é uma doença que atinge uma parcela significativa da população, tendo o pé diabético como uma de suas principais complicações e causa frequente de internações hospitalares. Os custos destas internações e o ônus social constituem grave problema de saúde. No Brasil, deve-se considerar os gastos e as internações prolongadas, já que causam grande custo ao sistema público de saúde. **OBJETIVO: **descrever os gastos hospitalares com amputações de membros inferiores (mmii), amputação de pé/tarso e amputação de dedos em pacientes diabéticos. **MÉTODO: **trata-se de um estudo descritivo sobre gastos públicos hospitalares de pacientes diabéticos submetidos a essas amputações em Goiás, no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2018. Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Os dados foram tabulados pelo programa tabwin e os cálculos feitos no programa excel. **RESULTADOS: **foram analisados um total de 2080 internações/amputações no período estudado, sendo o maior número de casos do sexo masculino (1347 /64%). O número de internações/amputações passou de 45 em 2009 para 283 em 2018, correspondendo um aumento de 6 vezes em 10 anos. O procedimento mais realizado foi a amputação de dedos (913 / 45%), seguido por amputação de mmii (784 / 37%) e amputação de pé/tarso (383 / 18%). Essa ordem seguiu a mesma para ambos os sexos. O valor total gasto foi de R$ 2.556.913,76 no período estudado, indo de R$ 44.383,32 em 2009 para R$ 374.016,46 em 2018, um aumento de 842% em 10 anos. O gasto hospitalar com amputações em diabéticos correspondeu a 14% do gasto hospitalar total com pacientes diabéticos no período estudado. No mesmo período foram gastos R$ 282.696,61 com procedimentos ambulatoriais em pacientes diabéticos, cerca de 9 vezes inferior ao gasto hospitalar com amputações em diabéticos. **CONCLUSÕES: **o gasto hospitalar com amputações em pacientes diabéticos teve elevação vertiginosa, possuindo relação direta com o aumento expressivo do número de procedimentos realizados. O presente estudo revela ainda um gasto subestimado, limitando-se a avaliar o custo intra-hospitalar direto, excluindo gastos com cuidado ambulatorial, domiciliar e de previdência por aposentadoria. Medidas eficazes de prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento rigoroso dos pacientes diabéticos tornam-se imperiosas para a redução do gasto com amputações, uma vez que o diabetes mellitus é notadamente uma condição de saúde sensível à atenção primária.