Revisão de Literatura:

**INTRODUÇÃO**: A disforia de gênero transexualismo (TS) é definida pela incongruência entre o sexo de nascimento e o sexo de identidade, com duração superior a 6 meses. Esta condição está associada a prejuízo em diferentes áreas e sofrimento pessoal, levando muitas vezes à opção pela cirurgia de afirmação sexual. Geralmente, os pacientes aderem à terapia hormonal (TH) com escopo de induzir características sexuais secundárias do sexo migrado e inibir as do migrante. **OBJETIVOS**: O trabalho busca sintetizar os principais riscos e desafios do uso da terapia hormonal em pacientes transexuais. **MÉTODOS**: A pesquisa é uma revisão integrativa da literatura. Incluem-se 10 artigos publicados entre os anos de 2015 até 2019, em línguas portuguesa, inglesa e espanhola, presentes nas bases de dados Scielo, Lilacs e Pubmed. Para a busca, foram utilizados os descritores “Transsexualism”; “Cross-sex Hormone Treatment” e “Complication”. Foram incluídos artigos com as principais complicações da realização da TH. **RESULTADOS**: Indivíduos transexuais buscam a TH com o intuito de atingir compatibilidade entre o seu gênero psicológico e estrutura corpórea, e apesar de ser progressivo o aumento do número de pessoas interessadas nesta forma de tratamento, as consequências fisiopatológicas do uso ainda não são totalmente compreendidas, principalmente as de longo prazo. Enquanto há autores que asseguram um baixo risco de efeitos adversos gerado pela TH em homens e mulheres transexuais, outros têm mostrado uma série de alterações que contribuem para o aumento do risco de hipertensão arterial sistêmica, estado protrombótico, doenças cardiovasculares, diminuição da densidade óssea e policitemia. São elas: o aumento do LDL e diminuição do HDL, aumento das enzimas hepáticas e aumento da eritropoese. Além das alterações já mostradas, podem ocorrer alterações psicológicas como prejuízo na capacidade de inferir emoções e episódios depressivos. Somados ao tratamento individualizado, autores defendem monitoramento, dieta e exercício para evitar essas alterações. **CONCLUSÕES**: A TH é importante no tratamento de pessoas com TS, portanto, ela deve ser acompanhada por um endocrinologista sapiente das complicações dessa terapêutica a longo prazo. Sendo assim, é importante analisar se o paciente está fazendo acompanhamento médico correto, em doses adequadas e realizando atividade física para evitar o surgimento de complicações.