O avanço tecnológico permitiu o aumento da sobrevida de crianças com doenças crônicas ameaçadoras/limitantes de vida. A depender do estágio da doença e de sua evolução natural, o suporte artificial de vida (SAV) pode gerar aumento do sofrimento do paciente, família e cuidadores da equipe na fase de final de vida. São poucos os estudos que abordam o processo de tomada de decisão diante de pacientes em final de vida na UTI Pediátrica.

Objetivo(s)

Identificar associações entre as características profissionais e pessoais de médicos intensivistas pediátricos e a variação de condutas frente ao fim de vida.

Método(s)

Estudo transversal, analítico, exploratório, quantitativo. Aplicado questionário a pediatras intensivistas que abordou o processo de tomada de decisão em relação ao fim de vida.

Resultado(s)

85% reconheceu haver indicação de conversar com a família sobre limitação e/ou retirada de SAV. Do total, 50% optaria por limitação de SAV, 40% escalonaria SAV e 10% optaria por retirada de SAV. Dentre os que aumentaram SAV, 70% não acreditavam estar tomando a melhor conduta. Cerca de 35% acreditava não haver indicação de manobras de RCP, porém não se sentiam seguros em não as realizar. A dificuldade das equipes em discutir a limitação técnica foi considerada a principal barreira. Menos da metade dos médicos tiveram formação sobre cuidados paliativos na graduação.

Conclusão(ões)

Intensivistas pediátricos sentem-se mais confortáveis em limitar SAV do que retirá-lo. Parte considerável tomaria condutas de escalonamento de SAV mesmo sem considerar essa conduta a mais adequada. É importante estimular a educação e treinamento em Cuidados Paliativos.