Resumo:

Bactérias que habitam a rizosfera e que exercem efeitos positivos sobre as plantas são denominadas rizobactérias promotoras de crescimento vegetal (RPCVs). Dentre as atividades realizadas por estes microrganismos está a síntese do ácido 3-indolacético (AIA), um hormônio de crescimento de plantas. O AIA é conhecido por promover divisão, diferenciação e alongamento de células vegetais. O presente trabalho teve por objetivo avaliar 42 estirpes selecionadas a partir de estudos de biodiversidade pelas técnicas de BOX-PCR e sequenciamento parcial do gene 16S rRNA. Estas bactérias foram selecionadas como sendo representativas de uma abundância de 420 bactérias provenientes de solos de 17 áreas sob diferentes manejos de cultivo e natural do oeste do Paraná. A produção de AIA pelos isolados foi avaliada em função da adição ou não de triptofano, um indutor de auxinas. Após incubação, a produção do hormônio foi detectada por colorimetria utilizando o reagente de Salkowski modificado e, em triplicata, as amostras foram medidas por absorbância. Os resultados foram comparados pelo valor de proteínas totais quantificadas utilizando o método de Bradford. Os valores obtidos com a adição do triptofano foram submetidos a análise de variância pelo teste Scott- Knott em nível de 5%, utilizando os procedimentos disponíveis no programa SASM-Agri. Das 42 bactérias testadas, cinco não produziram AIA pelo método de ensaio com o reagente Salkowski. Considerando os menores e maiores valores de produção do hormônio, 16, 8 e 14 estirpes, respectivamente, apresentaram baixa, média e alta produção do hormônio. Os resultados deste estudo também demonstraram que muitas bactérias apresentaram produção de AIA sem a presença do indutor, revelando que estes isolados possuem vias alternativas ao triptofano para produção de auxinas. Os isolados que apresentaram maior eficiência na produção do fitormônio foram obtidos os manejos milho-soja RR, cultivo de crotalária e pousio procedido de cana-milho-soja RR.