Resumo:

O farelo de arroz integral é um resíduo agroindustrial proveniente do processo de industrialização do grão de arroz, o qual possui grande valor nutricional, principalmente de ácidos graxos e fibras, o que pode ser fonte potencial de extração enzimática e lipídica, bem como compostos fenólicos. A glicosamina (C6H13NO5) é um aminossacarídeo presente na composição de quitina e quitosano, ambas presentes na parede celular fúngica. Em vista disto, a determinação deste aminossacarídeo foi avaliado para acompanhar a produção de biomassa fúngica de Rhyzopus oryzae em resíduo agroindustrial, a fim de otimizar este tipo de fermentação, visando obter compostos com propriedades antifúngicas. O cultivo foi realizado utilizando como substrato farelo de arroz integral, em reator tipo bandeja, com 45 mL de solução nutritiva (KH2PO4 2 g/L, MgSO4 1 g/L, NH2CONH2 1,8 g/L em HCl 0,4 N) e umidade corrigida para 50% com água estéril, seguido pela inoculação dos esporos de Rhizopus oryzae CCT 7560 (4,0 x 106 esporos.g meio-1), mantidos à 30ºC durante 120 horas, com amostras retiradas a cada 24 horas. A determinação de glicosamina foi realizada após hidrólise com uso de HCl 6M sob ebulição, seguida pela determinação espectrofotométrica da n-acetilglicosamina em 530nm. Os maiores teores de glicosamina encontrados foram em 48 e 72 horas de cultivo. O conteúdo de glicosamina foi de 4,0; 3,2; 9,8; 6,7; 3,3; 4,0 miligramas de glicosamina por grama de farelo fermentado para 0, 24, 48, 72, 96 e 120h, respectivamente. Desta forma, o farelo de arroz é um excelente substrato para a fermentação com Rhyzopus oryzae, com maior produção de biomassa nos tempos de 48 e 72 horas. A partir dessas condições de cultivo pode-se adotar este tempo de fermentação para prospecção de compostos bioativos liberados do substrato por ação das exoenzimas fúngicas.