Setembro 2018 vol. 2 num. 1 - Symposium of Philosophical and Academic Advising
Artigo - Open Access.
BOA VONTADE, DEVER E RESPEITO NA FUNDAMENTAÇÃO I
Silva, Quesidonis Felipe da ;
Artigo:
O objetivo deste artigo é a discussão da função de três conceitos na Fundamentação da metafísicados costumes, de Kant: boa vontade, dever e respeito. Na primeira secção da Fundamentação, Kant opera atransição ou passagem do conhecimento racional moral comum para o conhecimento filosófico. O ponto departida do autor, o conhecimento racional moral comum, reserva interesse especial. Embora esta noção sejaidentificada como ponto de partida na obra, não temos nenhuma exposição esclarecendo seu significado, mas,noutro sentido, a apresentação da boa vontade como aquilo que deve ser considerado como bom sem restrição.A apresentação da boa vontade constitui, como observa H. J. Paton, antes uma exposição de um princípio moraladotado por um sujeito previamente, mesmo que de maneira inconsciente, do que um juízo moral da razãocomum. Neste sentido, se a consideração da boa vontade como irrestritamente boa não atende à função deponto de partida da investigação, é necessário discutir qual é o verdadeiro ponto de partida, bem como seudesenvolvimento nos conceitos de boa vontade, dever e respeito. Assim, este trabalho será dividido em trêsmomentos: no primeiro momento, investigamos o conceito de boa vontade, no segundo, exploramos oconceito do dever e sua relação com a boa vontade enquanto ponto de partida da investigação daFundamentação, também exploramos as opções tradicionais de interpretação da primeira e segundaproposições sobre a ação moral; por fim, no terceiro momento, discutimos o conceito de respeito, bem como oprocesso de universalização da máxima e a racionalidade desta operação. De modo geral, este trabalho tentaresponder (i) qual é validade do processo de universalização da máxima na primeira secção e (ii) qual a funçãodas três proposições neste processo. Argumenta-se, na linha contrária à interpretação de R. P Wolff, que não énecessário conceber a primeira secção como separada do restante da obra, mas, ao contrário, ela constitui umaparte fundamental, sendo a primeira exposição sistemática do princípio moral kantiano (o imperativocategórico) como pertencendo à razão humana comum e sendo independente de qualquer elemento históricoou social.
Artigo:
Palavras-chave: Kant. Boa Vontade. Dever. Respeito,
Palavras-chave:
DOI: 10.5151/sofia2017-09
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Como citar:
Silva, Quesidonis Felipe da; "BOA VONTADE, DEVER E RESPEITO NA FUNDAMENTAÇÃO I", p. 144-164 . In: .
São Paulo: Blucher,
2018.
ISSN 2358-6567,
DOI 10.5151/sofia2017-09
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