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INTRODUÇÃO: Coma mixedematoso (CM) é uma condição clínica, rara, que se manifesta em pacientes com hipotireoidismo primário ou secundário, de longa duração, e não tratados. Trata-se de emergência metabólica e cardiovascular que, quando não prontamente diagnosticada e tratada, está associada à mortalidade superior a 50%. RELATO DE CASO A.G.S.C, 66 anos, feminino, procurou atendimento em serviço de emergência, com queixa de dor e edema em olho esquerdo há sete dias. Referia dor em queimação e edema periorbitário à esquerda, associado a edema de membros inferiores e confusão mental. Paciente confusa, desacompanhada, referia sono excessivo. Negava fator de alívio ou piora. Sem mais dados relevantes ao caso. Ao exame físico inicial encontrava-se em regular estado geral, mucosas normocoradas, xerose cutânea, edema periorbitário bilateral importante com sinais inflamatórios e secreção mucopurulenta, confusa, desorientada, anictérica, acianótica, afebril, eupneica em ar ambiente. Pressão Arterial: 106/78 mmHg, bradicárdica, frequência respiratória de 18 mrpm. Ausculta pulmonar com crepitantes bibasais. Extremidades: frias, edema sem cacifo em membros inferiores. Sem mais alterações. Solicitados exames complementares. Laboratoriais: TSH 76 Um/L, T4 livre 0,08 Um/l; creatinina 1,29. Em revisão de prontuário, evidenciou-se diagnóstico prévio de hipotireoidismo, sem tratamento. Iniciou-se Levotiroxina 100mcg/dia e Oxacilina por celulite em face. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas e foi encaminhada para acompanhamento em ambulatório de endocrinologia. DISCUSSÃO DO CASO: O caso relatado reflete um exemplo típico de CM em uma paciente com hipotireoidismo não tratado, englobando características clássicas da condição: epidemiologia, sinais, sintomas e achados laboratoriais. Apresentava infecção documentada, identificada como causa da descompensação metabólica, sendo tratada. CONCLUSÃO: Ainda que o CM seja uma condição rara, representa uma emergência na prática clínica, com potencial desfecho fatal. Cabe ao médico reconhecer a sintomatologia e sinais dessas afecções para garantir manejo adequado e assegurar o melhor desfecho possível, assegurando o acompanhamento para tratamento do hipotireoidismo e outras comorbidades para evitar novos quadros agudos.