Trabalho Epidemiológico:

"INTRODUÇÃO: A doença meningocócica é um sério problema de saúde pública, tantopelo seu caráter endêmico quanto por sua evolução rápida. A vacina contra omeningococo C (MenC-V), introduzida no Programa Nacional de Imunizações (PNI)em 2010, é a principal prevenção dessa doença - administrada com 3 e 5 mesesde vida da criança e o reforço entre 12 e 15 meses. O estudo do impacto davacinação é relevante para identificar a eficiência da vacina. OBJETIVOS:Comparar entre as regiões brasileiras a eficiência da MenC-V em lactentes epré-escolares. MÉTODOS: Estudo ecológico e retrospectivo. Obteve-se os dadosdo Sistema de Informações de Agravos e Notificações (SINAN) e ospopulacionais, no IBGE. Incluiu-se indivíduos de 0 a 4 anos notificados noBrasil, entre 2007 e 2015. Estratificou-se os dados pelas regiões brasileirase a tendência do coeficiente de incidência no período foi estimada pelo modeloPrais-Winsten, admitindo p<0,05. Define-se impacto da vacinação como a reduçãopercentual das notificações da DM no período posterior à MenC-V (2012-2015),comparando-se com o período pré-vacinal (2007-2010), cujos CI foram obtidosatravés da média dos CI anuais. O ano de 2011 foi desconsiderado por ser detransição. RESULTADOS: Observou-se uma redução significativa da incidênciaabsoluta de notificações em todas as regiões brasileiras com a implementaçãoda MenC-V, exceto no Norte. Na tendência do CI, apenas o Centro-Oesteapresentou tendência decrescente (p=0,003), enquanto todas as outrasmantiveram-se estacionárias (p>0,05). Em relação à análise do impacto davacinação por região, a ordem crescente de impacto por região foi: Norte(4,83%), Nordeste (43%), Sul (73,63%), Sudeste (74,2%) e Centro-Oeste (86%)CONCLUSÕES: Percebe-se importantes reduções nas regiões brasileiras, comdestaque para o Centro-Oeste - única com tendência estatisticamentedecrescente. Apesar da queda no índice nacional, há uma diferença importanteno impacto da vacinação entre as regiões. No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, oimpacto vacinal ficou acima dos 70%, indicando eficiência na logística decampanhas de vacinação e maior adesão da população. Norte e Nordeste,possivelmente devido à dificuldade de distribuição e da menor quantidade deprofissionais de saúde, mostraram menor êxito. Apesar do impacto nacionalpositivo, o estudo evidencia importantes diferenças regionais e a necessidadede planejar novas formas de arregimentar a população e garantir a aplicaçãodas orientações do PNI."