Artigo:

Justificativa

As dificuldades alimentares (DA) podem interferir negativamente noprocesso de alimentação da criança, tanto na área comportamental, como narelação com cuidadores.

Objetivo(s)

Comparar características das refeições e do comportamentoalimentar de crianças com e sem DA.

Método(s)

Estudo observacional caso-controle realizado com 316 criançasentre 8 e 94 meses de idade e de ambos os sexos (grupo com DA N= 149, grupocontrole N=167). Foram coletadas informações sociodemográficas e da dinâmicadas refeições através de entrevista com cuidador responsável. Utilizou-se ostestes Qui-quadrado, T-Student e Regressão Logística, com nível designificância menor que 5% e IC95%, com poder amostral > 80%. A pesquisa foiaprovada por comitê de ética, sob-registro CAAE 32939314.0.0000.5567.

Resultado(s)

O grupo com DA apresentou maior prevalência de sexo masculino(p=0,009) e menor média de idade (p=0,014). No grupo com DA houve maior recusados pais em partilhar as refeições por motivo de estresse (OR6.71,IC95%2.51;17.90, p<0.001), alimentação em ambientes inadequados (OR4.1,IC95%2.4;7,p<0.001) e com menor autonomia para a manipulação e porcionamentode alimentos (OR3.42,IC95%1.89;6.17, p<0.001). Os cuidadores do grupo DA apresentarammaior chance de não partilhar as refeições (OR31.5,IC95.1;65.9,p<0.001),não respeitarem sinais de fome da criança (OR11.4,IC95% 5.5;23.9,p<0.001), ede fazerem uso de coerção e distração às refeições mais frequentemente(p<0,001), com refeições de maior tempo de duração (p=0.011). O grupo DAapresentou menor frequência de compartilhamento de refeições em todas asrefeições avaliadas (p<0.001), e o escore de percepção de estresse relatadopelos pais às refeições foi maior em relação ao grupo controle (p<0,001).

Conclusão (ões)

A dinâmica familiar e de refeições apresentou-se modificada nogrupo com DA. Tais comportamentos devem ser avaliados e orientados durante oacompanhamento da queixa alimentar.