Revisão de Literatura:

**INTRODUÇÃO: A icterícia no recém-nascido é caracterizada como hiperbilirrubinemia (>5 mg/dL), que se apresenta como coloração amarela da pele e esclera em bebês devido ao acúmulo de bilirrubina não conjugada ou livre nos tecidos. Em geral, os quadros têm quadro clínico relativamente leve e inofensivo. Entretanto, há casos que deixam de ser fisiológicos e tornam-se patológicos, desencadeando um dano neurológico geralmente irreversível - encefalopatia bilirrubínica - secundário à neurotoxicidade do pigmento biliar, gerando um comprometimento multissistêmico. OBJETIVOS: Este estudo tem por finalidade elucidar as complicações predominantes na icterícia neonatal, a partir de uma revisão bibliográfica de artigos com vistas a colaborar com a prevenção da incidência dos fatores. MÉTODOS: A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica de artigos a partir bases de dados como: LILACS, BDENF e Scielo, no período dos últimos 10 anos. Como descritores, foram utilizadas as palavras "icterícia", "neonatal" e "kernicterus", nos idiomas inglês e português. Os critérios de exclusão foram: data de publicação anterior a 2009, estudos não relacionados a humanos e artigos em línguas diferentes do português ou inglês. A pesquisa totalizou 12 fontes bibliográficas. RESULTADOS: Segundo os estudos analisados, a icterícia é o sinal clínico mais comum no período neonatal e pode estar presente em 82% dos RNs. As causas que podem culminar nesse quadro incluem a doença hemolítica, deficiência de G-6PD, hipotireoidismo congênito, além da Síndrome da Icterícia do Leite Materno, que tem sido descrita em 20 a 30% dos RN em aleitamento materno. Há potencial permanente de lesão em áreas como globo pálido, núcleos subtalâmicos, hipocampo e o núcleo óculo-motor. Sobre a clínica, as anormalidades clássicas são extrapiramidais, como a paralisia cerebral atetósica; perda auditiva neurossensorial; comprometimento oculomotor e displasia do esmalte dental dos dentes decíduos. Ademais, a encefalopatia bilirrubínica caracteriza-se por fases (inicial, intermediária, avançada), quanto mais grave, menor a reversibilidade do quadro. CONCLUSÕES: Por fim, conclui-se ainda que a maioria dos casos de icterícia neonatal seja fisiológica, esta é uma condição em que o monitoramento é primordial, tendo em conta à avaliação e tratamento precoces, evita-se a neurotoxicidade e as chances de danos irreversíveis mesmo em bebês com fatores de risco para desenvolvimento de hiperbilirrubinemia significativa.**