Resumo:

Os resíduos da indústria alimentícia, especialmente os efluentes que contêm corantes, podem ser extremamente perigosos para o meio ambiente se não houver tratamento prévio. O processo de biorremediação consiste em utilizar organismos para degradar substâncias ou minimizar o efeito de compostos potencialmente perigosos a fim de que os mesmos possam ser descartados sem maiores problemas no ambiente. Este trabalho avaliou a descoloração de corantes alimentícios por basidiomicetos. Os organismos utilizados foram Pleurotus ostreatus CCB01, P. pulmonarius CCB20 e Trametes sp. M3. As espécies foram mantidas em placas de Petri em meio BDA por 7 dias a 28°C. Um disco micelial foi inoculado no centro de placas de Petri contendo os corantes na concentração de 400 mg/L, suplementados com extrato de malte e Agar a 2%. O crescimento e a formação do halo de descoloração foram acompanhados diariamente até a colonização total da placa ou no máximo por 10 dias. Após a seleção do fungo mais eficiente na descoloração em placas, o mesmo foi avaliado em cultivos líquidos estáticos e agitados contendo sais minerais e os corantes. A partir do micélio de Trametes sp. M3 foram cultivados “pellets”, que posteriormente foram autoclavados para se tornarem inativos e utilizados em experimentos de adsorção. Nos testes com descoloração em placas foi possível perceber o melhor desempenho de Trametes sp. M3, que também se mostrou o mais eficiente na descoloração de corantes em cultivos líquidos estacionários e agitados. Ótima descoloração nos cultivos líquidos foi observada em 5 dias de estudo. Foi verificada maior adsorção de corante por grama de biomassa para o corante vermelho (55 mg/g), seguido pelo corante preto (45 mg/g) e o amarelo (37 mg/g). Este trabalho contribui com a literatura, já que são poucos os relatos acerca da capacidade de biorremediação de corantes alimentícios por basidiomicetos.