Resumo:

A pesquisa propõe uma investigação sobre as narrativas visuais ativistas nas redes sociais, especificamente no Instagram. Pela lente do design gráfico, da arte mídia e à luz da estética do banco de dados pretende-se definir os elementos formais, de composição, de linguagem e de autoria que caracterizam o novo vocabulário estético dessas narrativas on-line. Para essa investigação determinou-se como recorte temático e temporal a análise das imagens ativistas que circularam nas redes sociais brasileiras durante o período das eleições presidenciais. A metodologia para classificação qualitativa dessas imagens parte de sete categorias estéticas pré-estabelecidas pela autora: factual; meme (uma subcategoria de factual); ilustração digital; ilustração manual; tipografia vernacular; tipografia digital e apropriação. Para o arquivamento e de classificação de uma amostragem de milhares de imagens utilizou-se de Inteligência Artificial e de aprendizagem de máquina supervisionada para a rotulação nas 7 categorias pré-definidas. A pesquisa revela novos paradigmas estéticos e práticas multidisciplinares nas quais a IA é usada como ferramenta criativa para designers e curadores no arquivamento, edição e visualização das narrativas das redes. E na criação de outras peças artísticas. Por fim, aponta o potencial do uso da aprendizagem de máquina supervisionada e a subjetividade das interpretações algorítmicas no estabelecimento de novos paradigmas para arquivamento dessas peças gráficas como memória gráfica brasileira. Memória essa que representa a cultura e a história recente do Brasil por meio de uma nova estética emergente do período pós-internet.