Resumo - Open Access.

Idioma principal | Segundo idioma

Design e Artesanato: Manufaturando interações e contextos sustentáveis

Design and Handicraft: Manufacturing interactions and sustainable contexts.

Mesquita, Leonardo de Jesus ; Maia, Ivana Márcia Oliveira ;

Resumo:

"A atividade artesanal manifesta em si própria as características singulares de uma comunidade, sejam estas, perspectivas de mundo, meio de subsistência, identidades culturais, características regionais de acessibilidade a certos materiais, práxis pedagógicas de compartilhamento do conhecimento, etc. Arantes (1981) trata de contextos culturais onde o artesanato é um componente referencial da identidade das comunidades e regiões onde respectivamente se encontram. No meio artesanal maranhense a prática de tecelagem em fibra vegetal é uma atividade majoritariamente feminina, sendo mundialmente conhecida por suas particularidades que sinalizam elementos identitários da cultura local. A prática atual de tecelagem artesanal recebe influência direta de técnicas indígenas e europeias, sempre evidenciando a mescla de métodos de produção e elementos iconográficos da cultura. Conforme Texeira et. al (2011, p.150) o artesanato é uma das principais fontes de renda de comunidades tradicionais rurais. Atentando-se à sociedade capitalista, a busca incansável pelo consumo evidencia um descaso com as comunidades produtoras, visto que, a verdadeira produção artesanal corre um risco real, pois contempla variáveis mercadológicas e conceituais, as quais, vão além de deficiências de subsistências regionais, mas envolvem práticas predatórias de homogeneização dos objetos artesanais, via globalização do consumo de bens produzidos em larga escala. Inseridas nesse contexto, duas óticas trazem à tona um debate sobre a atuação do ambiente mercadológico e a preservação da pratica tradicionalista. À vista disso, a compreensão do tradicionalismo artesanal, contempla a preservação das práticas socioculturais que constituem o processo de criação artesanal e a importância dos elementos tradicionais. Em contrapartida, o paradigma mercadológico propõe inserções dos produtos artesanais mesmo diante de alterações estruturais, afim de que, haja uma melhor adaptabilidade ao meio (CAVALCANTE e KANAMARU 2017). Com efeito, existe uma dificuldade conceitual em lidar com mudanças de paradigmas, uma vez que, o Design deve atuar de forma a propor soluções que preservem tradicionalidades e simultaneamente não violem aspectos que constituem a identidade cultural maranhense, neste caso, relativas ao artesanato. França (2005, p.11) declara que a demanda por novas expressões e soluções inovadoras que acrescentem uma vitalidade mais eficiente às produções artesanais é gradativamente maior. A despeito das diferenças entre designers e artesãos, Prudêncio (2012) propõe que os métodos projetuais e a práxis produtiva precisam passar por um processo transversal onde a união do urbano com o rural, fomente artefatos que exteriorizem características intrínsecas de quem projetou, produziu e adquiriu (PRUDENCIO, 2012, p.62). Assim, é importante um design inclusivo que que aborde temáticas reflexivas a respeito do contexto artesanal, com concepções de sustentabilidade e preservação de patrimônio cultural imaterial que conversem com a realidade das comunidades artesãs (GUIMARÃES, 2014). Nessa perspectiva, surge o questionamento de pesquisa: Como o design pode contribuir para o desenvolvimento sustentável contexto artesanal maranhense e preservar sua tradicionalidade sem ferir os aspectos que compõem a identidade cultural? Sendo assim, traça-se um objetivo geral que é conectar o design e a ergonomia ao ambiente artesanal, no intuito de, promover transformação de conjunturas mediante a transversalidades de conhecimentos. Com os objetivos específicos: a) identificar artesãos de peças compostas por fibra vegetal, b) registrar as tramas desenvolvidas na região, no intuito de preservar as técnicas para gerações posteriores, c) analisar as variáveis como resistência, durabilidade e aplicabilidade, das peças de fibra de vegetal e d) promover a colaboração entre Designer e Artesão. A pesquisa utiliza o método de pesquisa aplicada com a condução de uma pesquisa-ação colaborativa, por se tratar de um estudo em comunidades artesãs onde o objetivo de proporcionar maior valorização e preservação da pratica. Os procedimentos metodológicos se dividem em cinco etapas, sendo a primeira etapa um levantamento bibliográfico baseado na interação do design com o campo artesanal, pela perspectiva de produções sustentáveis e para melhor delinear a questão a fim de posteriormente responde-la, uma investigação sobre a atuação do design na preservação patrimonial de elementos culturais. A segunda etapa consiste no mapeamento de grupos/comunidades artesanais na cidade de São Luís – MA. A terceira etapa promove a pesquisa de campo, com um protocolo de coleta de dados, incluindo entrevistas, observação da práxis e registro fotográfico. A quarta etapa executa a análise dos perfis amostrais. A quinta etapa finaliza com o acompanhamento do estudo de caso. Como contribuição final da pesquisa, propõe-se o fomento de produto técnico de catalogação de elementos constituintes da práxis artesanal com enfoque em fibra vegetal. Por conseguinte, a utilização da base de dados obtida para a promoção da colaboração do design no âmbito artesanal."

Resumo:

-

Palavras-chave: Design; Artesanato; Contexto; Comunidades,

Palavras-chave: -,

DOI: 10.5151/jopdesign2022-31

Referências bibliográficas
  • [1] "ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. São Paulo: Editora Brasiliense,198 192 p. Disponível em:< shorturl.at/cdotK > . Acesso em: 23 jan. 2019.
  • [2] CAVALCANTE, Vanessa Peixto. KANAMARU, Antonio Takao. Manutenção e alteração no objeto e design entre tradição e mercado. Estudos em Design, Revista (Online) Rio de Janeiro: v.25, n.1[2017], p.127-140
  • [3] FRANÇA, Rosa Alice, Design e artesanato: uma proposta social. Revista Design em Foco [en linea] 2005, II (julho-dezembro). Disponível em: ISSN 1807-3778>.
  • [4] FRANCO, M. A. S. Pedagogia da Pesquisa-Ação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p.483-502, set./dez. 2005. Disponível em: . GUIMARÃES, Márcio James. Contribuições do Design para o desenvolvimento sustentável da produção artesanal. 201 69 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Maranhão, Programa de Pós-Graduação em Design.]
  • [5] PRUDENCIO, Ana Valquiria. O tecer das mãos: produção artesanal, design e sustentabilidade na serra gaúcha. Dissertação (Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento) - Centro Universitário Univates, Lajeado, 2012. Disponível em:
  • [6] TEIXEIRA, M. G. et al. Artesanato e desenvolvimento local: o caso da Comunidade Quilombola de Giral Grande, Bahia. Interações (Campo Grande) [online]. 2011, v. 12, n. 2, pp. 149-159. Disponível em: ."
Como citar:

Mesquita, Leonardo de Jesus; Maia, Ivana Márcia Oliveira; "Design e Artesanato: Manufaturando interações e contextos sustentáveis", p. 237-239 . In: Anais da III Jornada de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Design - UFMA. São Paulo: Blucher, 2022.
ISSN 2318-6968, DOI 10.5151/jopdesign2022-31

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações