Maio 2018 vol. 4 num. 3 - Colóquio Internacional de Design 2017

Artigo Completo - Open Access.

Idioma principal

Design e narrativas: Reflexões contemporâneas

Maia, Marcos ;

Artigo Completo:

O presente artigo faz reflexões acerca das relações entre o design e as narrativas, buscando encontrar pontos de similaridade metodológica ou conceitual nos vários autores aqui citados. Nossa proposta é propor reflexões a partir da aproximação do design por um viés contemporâneo das teorias e práticas narrativas, percorrendo por conceitos e teorias como semiótica, narratologia, mito, consumo, psicologia, realidades narrativizadas, design interativo, ficção especulativa, design de narrativas, design estratégico, visando trazer alguns caminhos que possibilitam novas pesquisas e reflexões acerca do design. Tendo em vista a noção de design enquanto linguagem, podemos tentar abordar o potencial narrativo do design e diferentes campos do estudo que fazem essa aproximação, Embora o pensamento cartesiano tenha influenciado nosso pensar e fazer, ainda somos seres que se comunica por meio de histórias, desde o pensamento mitológico que visava explicar os fenômenos do mundo e a nós mesmos até os dias de hoje, evoluindo suas estratégias, perpassando as organizações sociais e políticas, as formas de comunicação e utilizando a evolução tecnológica, emergindo entre variados suportes até as narrativas transmidiáticas. De única forma de verdade e percepção do real, as formas narrativas foram descreditadas frente ao pensamento científico, e o mito virou sinônimo de mentira, passando novamente a ser consideradas as portadores dos aspectos culturais e hoje podemos rever a utilização dos elementos narrativos como forma de alteração da realidade. É no potencial das narrativas, de mobilizarem a crença, que reside a força das narrativas, onde o pensamento científico não alcança com a mesma capacidade de adesão. Tal como a verbal e imagética, o design é linguagem que materializa signos e conceitos em artefatos, e como as demais formas de comunicação poderia utilizar-se dos elementos narrativos para construir seu discurso aproveitando as possibilidades que trazem as narrativas que perpassam e constroem o mundo. Somos uma espécie movida por histórias e esse aspecto estruturante da nossa cognição pedem um esforço interdisciplinar para a construção de uma metodologia e epistemologia ainda pouco desenvolvida no design.

Artigo Completo:

Palavras-chave: Design; Narrativas; Reflexões; Mito; Comunicação,

Palavras-chave:

DOI: 10.5151/cid2017-26

Referências bibliográficas
  • [1] ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000
  • [2] ADAM, J-M. Le texte narratif. Paris: Nathan, 1985
  • [3] Aristóteteles. Poética (E. de Souza, Trad.). São Paulo: Ars Poética, 1992
  • [4] BARTHES, Roland; DUISIT, Lionel. An Introduction to the Structural Analysis of Narrative. New Literary History. New York, v. 6, n. 2, 1975
  • [5] BAUDRILLARD, Jean. Simulations. New York: Semiotext(e), 1983
  • [6] BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. [Tradução: Zulmira Ribeiro Tavares]. São Paulo: Perspectiva, 2006
  • [7] BETTETINE, Gianfranco. Por un establecimiento semio-pragmático del concepto de
  • [8] simulación. Videoculturas de fin de siglo. Madrid: Cátedra, 1989
  • [9] BOMFIM, Gustavo Amarante. Coordenadas cronológicas e cosmológicas como espaço das transformações formais. In: OLIVEIRA, Alfredo Jefferson de; COUTO, Rita Maria de Souza. Formas
  • [10] do design: por uma metodologia interdisciplinar. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ, 1999
  • [11] BRAIDA, Frederico; NOJIMA, Vera Lúcia. Por que Design é linguagem? 2.ed. Juiz de Fora, MG:
  • [12] FUNALFA: Ed. UFJF, 2016
  • [13] BREMOND, C. La logique des possibles narratifs. Communications, 1966
  • [14] BRUNER, Jerome. A interpretação narrativa da realidade. Porto Alegre: Artmed, 2001
  • [15] BURDEK, Bernhard E. História, teoria e prática do design de produtos. São Paulo: Edgard Blucher, 2006
  • [16] CAMPBELL, J.; MOYERS, B. O poder do mito. São Paulo: Palas Athena, 1990
  • [17] CANCLINI, Nestor. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro, Ed. UFRJ, 1995
  • [18] CARDOSO,Rafael. Design para um mundo complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2013
  • [19] DARLEY, Andrew. Genealogia y tradicion: el espetáculo mecanizado. In: Cultura visual digital. Espetáculo y nuevos géneros en los medios de comunicación. Barcelona: Paidós, 2002
  • [20] GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática, 2006
  • [21] GOODMAN, N. Twisted tales; or, story, study and simphony. Em W. J. T. Mitchel (Org.), On narrative. Chicago: University of Chicago Press, 1981
  • [22] GOSCIOLA, Vicente. Roteiro para as novas mídias — do cinema às mídias interativas. 3. ed. São Paulo: Editora Senac, 2010
  • [23] GREIMAS, Algirdas Julien. Semântica estrutural. São Paulo: Cultrix, 1973
  • [24] HOAD, T. F. The Concise Oxford Dictionary of English Etymology. Oxford University Press, 2003
  • [25] Disponível em: . Acessado em 20/09/2017
  • [26] HEINLEIN, R. A; Of Worlds Beyond. Saturday Evening Post, 1947
  • [27] JONES, Matt. Interaction Symposium, 2015. . Acessado em 20/09/17
  • [28] JUNG, C. G. O inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Vozes, 1942
  • [29] JUNG, C. G. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Petrópolis: Vozes, 2000
  • [30] MARCONDES, Danilo. Iniciação à História de Filosofia. Dos Pré-socráticos a Wittgensteisn. 7ª edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002
  • [31] MARQUES, Angela, C.S.; MAIA, Rousiley C. M. Apelo emocional e mobilização para a deliberação: o vínculo homoerótico em telenovelas. In: MAIA, Rousiley C. M. (Org.) Mídia e deliberação. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008
  • [32] MCKEE, R. Story: substancia, estrutura, estilo e os princípios da escrita de roteiro. Curitiba: Arte & Letra, 2006
  • [33] MERLEAU-PONTY, Maurice. Trans: Colin Smith. Phenomenology of Perception. London: Routledge &Kegan Paul, 1965
  • [34] MOURA, Mônica. O design de hipermídia. 2003. 375f. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) – Pontíficia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003
  • [35] NOGUEIRA, Luís. Manuais de Cinema I: laboratório de guionismo. Covilhã, LabCom Books, 2010
  • [36] OLIVEIRA, Thaiane. A Arquitetura de uma narrativa transmidiática: análise do jogo de
  • [37] realidade alternada Zona Incerta. Mediação: Belo Horizonte, v. 15, n. 16, jan./jun., 2013
  • [38] PAPANEK, V. “Renovar as coisas e torná-las belas”, in CALÇADA, A. et AL (Coord.). Design em aberto. Uma antologia, Lisboa: Centro Português de Design, 1993
  • [39] PROPP, V. Morfologia do conto (J. Ferreira & V. Oliveira, Trads.). Lisboa:Veja, 1983
  • [40] RICOEUR, P. Tempo e narrativa (C. M. César, Trad.). Campinas: Papirus, 1994
  • [41] ROMANINI, V. Design como comunicação: uma abordagem semiótica. Design "Quo Vadis"
  • [42] FAU-USP, Ago. 2008. Disponível em: . Acessado em 20/09/2017
  • [43] SALEN, Katie; ZIMMERMAN, Eric. Regras do jogo: fundamentos do design de jogos — Vol. 3. São Paulo: Editora Blucher, 2012
  • [44] Santo Agostinho (1987). Confissões (J. O. Santos & A. A. de Pina, Trads.). São Paulo: Nova Cultural
  • [45] SUDJIC, D. A linguagem das coisas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010
  • [46] SUTTON, Clive. Ideas sobre la Ciencia e Ideas sobre el lenguage. in: Alambique Didactica de Las Ciencias Experimentales. n.12, 1997
  • [47] STERLING. B. Design Fiction. ACM.ORG Interactions, 2009
Como citar:

Maia, Marcos; "Design e narrativas: Reflexões contemporâneas", p. 302-313 . In: . São Paulo: Blucher, 2018.
ISSN 2318-6968, ISBN: cid2017
DOI 10.5151/cid2017-26

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações