Resumo:

O modelo desenvolvimentista vinculado à produção industrial foi responsável em dois séculos por uma expressiva redução de muitos recursos não renováveis. A ideia de que o design, enquanto campo de conhecimento, é partícipe notável deste contexto se apresenta ao menos desde a década de 70 e foi corroborada por importantes autores como Victor Papanek, Gui Bonsiepe, Ezio Manzini, Michael Braungart e Janis Birkeland. Ao encontro desse conceito, estudos da World Design Organization (WDO) mostram que cerca de 80% dos custos ambientais de um produto, serviço ou sistema são gerados na fase de projeto. Com base nessas questões, a presente pesquisa procura apresentar uma compreensão da abordagem do ensino de design para a sustentabilidade em cursos brasileiros de graduação da área. A partir de um conjunto de dados obtidos em documentos oficiais públicos das Instituições de Ensino Superior (IES) pesquisadas no Brasil e na Europa, além de um levantamento bibliográfico de publicações científicas contemporâneas relevantes, este artigo utiliza ferramentas de análise de discurso para mapear a recorrência e articulação entre os documentos. Os resultados apresentam o estado da arte da educação em design para a sustentabilidade no Brasil em comparação com as instituições educacionais europeias e a agenda da comunidade científica.