Maio 2022 vol. 9 num. 1 - VI Encontro Nacional de Economia Industrial e Inovação

Artigo - Open Access.

Idioma principal | Segundo idioma

Dinâmica da indústria de baterias automotivas atuante no Brasil nos anos 2000: um estudo da performance, estrutura de mercado, ameaças e tendências tecnológicas

Dynamics of the automotive battery industry in Brazil in the 2000s: a study of performance, market structure, threats and technological trends

Soares, Morgane Lara da Cunha ;

Artigo:

O presente artigo tem como propósito mapear de forma holística o desempenho da indústria brasileira de baterias automotivas ao longo das duas primeiras décadas do século XXI, buscando identificar a forma que as empresas estão atuando frente a mutações tecnológicas, assim como diagnosticar possíveis pontos de melhoria para uma atuação mais virtuosa (upgranding). Para a viabilização da pesquisa, adotou-se como uma metodologia articulada, tanto de caráter histórico, qualitativo e quantitativo, para a geração de informações mais robustas. No que tange a coleta de informações quantitativas, foram realizadas pelos seguintes bancos de dados: PIA/IBGE, IPA/FGV, ANFAVEA, RAIS/MTE, CETEM/MCT, COMTRADE e WDI. Desse modo, constatou que essa indústria (de bem intermediário), um elo do complexo automotivo (internalizado no país), foca em atender principalmente o mercado doméstico, não possuindo expressiva competitividade no mercado internacional. Pela via das importações, se observou que o setor possui dependência do então principal insumo (chumbo) o que se configura como um gargalo. Como resultado de um conjunto de forças, ao longo do período estudado percebe a implementação mais rígida da política de reciclagem dos principais componentes da bateria, pela via da logística reversa, como meio de atingir sustentabilidade econômica e ambiental. Avançando nos termos de sustentabilidade nos últimos anos, converge para um novo paradigma tecnológico com a demanda latente por veículos elétricos, implicando que essa indústria passe por uma reestruturação do produto, que seja capaz de ser eficiente (para as novas funções que estão sendo incorporadas à bateria no sistema de veículos elétricos), leve e de baixo impacto ambiental, como se apresenta o lítio. Todo esse potencial cenário de mudanças exige oportunidades e desafios para uma inserção próspera, envolvendo a coordenação de atores de diversas naturezas.

Artigo:

The purpose of this article is to holistically map the performance of the Brazilian automotive battery industry over the first two decades of the 21st century, seeking to identify the way in which companies are acting in the face of technological changes, as well as diagnosing possible points of improvement for a more virtuous performance (upgranding). For the feasibility of the research, it was adopted as an articulated methodology, both historical, qualitative and quantitative, for the generation of more robust information. Regarding the collection of quantitative information, they were carried out by the following databases: PIA/IBGE, IPA/FGV, ANFAVEA, RAIS/MTE, CETEM/MCT, COMTRADE and WDI. In this way, it was found that this industry (of intermediate good), a link in the automotive complex (internalized in the country), focuses mainly on serving the domestic market, not having significant competitiveness in the international market. Through imports, it was observed that the sector is dependent on the then main input (lead) which is configured as a bottleneck. As a result of a set of forces, over the period studied, it perceives a stricter implementation of the recycling policy of the main components of the battery, through reverse logistics, as a means of achieving economic and environmental sustainability. Advancing in terms of sustainability in recent years, it converges to a new technological paradigm with the latent demand for electric vehicles, implying that this industry undergoes a restructuring of the product, which is capable of being efficient (for the new functions that are being incorporated into the battery in the electric vehicle system), light and with a low environmental impact, such as lithium. All this potential scenario of changes requires opportunities and challenges for a prosperous insertion, involving the coordination of actors of different natures.

Download (PDF)

Palavras-chave: competitividade; economia circular; paradigmas tecnológicos e sistema de inovação,

Palavras-chave: competitiveness; circular economy; technological paradigms and innovation system,

DOI: 10.5151/vi-enei-867

Referências bibliográficas
  • [1] ALVES, A; GOMES, R; NERIS JR, C. O papel das TICs nas relações intersetoriais entre indústria e serviços. Anais: Encontro Nacional de Economia, 48, 2020.
  • [2] AMARA, N.; LANDRY, R.; DOLOREUX, D. Patterns of innovation in knowledge-intensive business services. The Service Industries Journal, 29:4, p. 407-430, 2009.
  • [3] ASIKAINEN, A. Innovation modes and strategies in knowledge intensive business services. Service Business, v. 9, p. 77-95, 2015.
  • [4] CASTELLACCI, F. Technological paradigms, regimes and trajectories: Manufacturing and service industries in a new taxonomy of sectoral patterns of innovation. Research Policy, v. 37, n. 6, p. 978-994, 2008.
  • [5] CORROCHER, N.; CUSMANO, L; MORRISON, A. Modes of innovation in knowledge-intensive business services evidence from Lombardy. Journal of Evolutionary Economics, v. 19, p. 173-196, 2009.
  • [6] DI CAGNO, D.; MELICIANI, V. Do inter-sectoral flows of services matter for productivity growth? An input/output analysis of OECD countries. Economics of Innovation and New Technology, 14:3, p. 149-171, 2005.
  • [7] FORNARI, V.; GOMES, R; HIRATUKA, C. Relações Intersetoriais entre a Indústria de Transformação e Diferentes Segmentos de Serviços: Um exame por meio de Análise de Rede em matrizes de insumo-produto (1995-2010). Anais: Encontro Nacional de Economia, 45. 2017b.
  • [8] FORNARI, V.; GOMES, R; HIRATUKA, C. Mudanças recentes nas Relações Intersetoriais: um exame das atividades de serviços e industriais. Revista Brasileira de Inovação, Campinas (SP), 16 (1), p. 157-188, jan/jun. 2017a.
  • [9] FRANKE, R.; KALMBACH, P. Structural change in the manufacturing sector and its impact on business-related services: an input–output study for Germany. Structural Change and Economic Dynamics, V.16, Issue 4, P. 467-488, 2005.
  • [10] FREEMAN, C.; LOUÇÃ, F. As Time Goes By. From the Industrial Revolution to the Information Revolution. Oxford University Press, 2001.
  • [11] GALINDO-RUEDA, F; VERGER, F. OECD Taxonomy of Economic Activities Based on R&D Intensity. OECD Science, Technology and Industry Working Papers, No. 2016/04, OECD Publishing, Paris, 2016.
  • [12] GOYAL, S. Connections: An Introduction to the Economics of Networks. Princeton University Press, Princeton and Oxford, 2007.
  • [13] GUERRIERI, P.; MELICIANI, V. Technology and international competitiveness: The interdependence between manufacturing and producer services. Structural Change and Economic Dynamics, v. 16, Issue 4, p. 489-502, 2005.
  • [14] LEONCINI, R.; MONTRESOR, S. Network Analysis of Eight Technological Systems. International Review of Applied Economics, 14, p. 213–234, 2000.
  • [15] MILES, I. The future of R&D in services: implications for EU research and innovation policy. Foresight on Services and R&D, Section 1, Main Report, European Commission, 2005.
  • [16] MILES, I. Patterns of innovation in service industries. IBM Systems Journal, vol. 47, no. 1, p. 115-128, 2008.
  • [17] MILES, I.; KASTRINOS, N.; FLANAGAN, K.; BILDERBEEK, R.; DEN HERTOG, P.; HUNTIK, W.; BOUMAN, M. Knowledge intensive business services: users, carriers and sources of innovation. European Innovation Monitoring System, European Commission, n. 15, 1995.
  • [18] MILES I.; BELOUSOVA V.; CHICHKANOV N. Innovation Configurations in Knowledge-Intensive Business Services? Foresight and STI Governance, v. 11, n. 3, p. 94–102, 2017.
  • [19] MONTRESOR, S; MARZETTI, G. Applying social network analysis to input–output based innovation matrices: an illustrative application to six OECD technological systems for the middle 1990s. Economic Systems Research, 21:2, p. 129-149, 2009.
  • [20] MULLER, E.; DOLOREUX, D. What we should know about knowledge-intensive business services. Technology in Society, 31(1), 64–72, 2009.
  • [21] RODRIGUEZ, M.; CAMACHO, J. The Regional distribution of Knowledge-Intensive Business Services in Europe: a spatial approach. ERSA Conference papers, European Regional Science Association, 2011.
  • [22] RODRIGUEZ, M.; DOLOREUX, D.; SHEARMUR, R. Innovation strategies, innovator types and openness: a study of KIBS firms in Spain. Service Business, v. 10, p. 629–649, 2016.
  • [23] SANTOS, J. Knowledge-intensive business services and innovation performance in Brazil. Innovation & Management Review, v. 17, n. 1, p. 58-74, 2020.
  • [24] SINGELMANN, J. The sectoral transformation of the labor force in seven industrialized countries, 1920-1970. American Journal of Sociology, p. 1224-1234, 1978.
  • [25] ZIEBA, M. Knowledge‐ Intensive Business Services (KIBS) and Their Role in the Knowledge‐ Based Economy. Proceedings of the 14th European Conference on Knowledge Management, Kaunas University of Technology,Volume: Vol.2, Jan. 2013.
Como citar:

Soares, Morgane Lara da Cunha; "Dinâmica da indústria de baterias automotivas atuante no Brasil nos anos 2000: um estudo da performance, estrutura de mercado, ameaças e tendências tecnológicas", p. 829-858 . In: Anais do VI Encontro Nacional de Economia Industrial e Inovação (ENEI): “Indústria e pesquisa para Inovação: novos desafios ao desenvolvimento sustentável”. São Paulo: Blucher, 2022.
ISSN 2357-7592, DOI 10.5151/vi-enei-867

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações