Resumo:

Estudos apontam que o consumo excessivo de sacarose contribui para o desenvolvimento da obesidade, hipertensão e resistência insulínica. Neste trabalho foi investigado o efeito crônico da sacarose no desenvolvimento da síndrome metabólica. Ratos wistar machos foram avaliados por um período de 16 semanas, sendo divididos em 2 grupos: C: dieta comercial ad libitum (n=6) e S: dieta comercial e água contendo 30% em sacarose ad libitum (n=6). Decorrido o experimento, os ratos foram eutanasiados, o sangue foi coletado e os tecidos adiposos, fígado, coração e rins foram pesados. As concentrações séricas de glicose, colesterol, triacilglicerol, creatinina e ácido úrico foram determinadas utilizando kits comerciais. Os resultados foram avaliados pelo test t-student com PAndlt;0,05. O consumo de sacarose não alterou a ingestão calórica e o peso corporal final entre os grupos (S: 391 ± 18 vs C: 372 ± 17). Contudo a ingestão de sacarose induziu um aumento no peso dos tecidos adiposos retroperitoneal (S: 7 ± 0,7 vs C: 3,5 ± 0,5) e epididimal (S: 9,5 ± 0,9 vs C: 5,3 ± 0,4), sem alterar o peso do fígado (S: 13 ± 0,7 vs C: 13 ± 0,6), coração (S: 1,4 ± 0,04 vs C: 1,4 ± 0,06) e rins (S: 1,2 ± 0,06 vs C: 1,4 ± 0,09). A oferta de sacarose também não induziu alterações nas concentrações séricas de glicose (S: 137 ± 7 vs C: 116 ± 12), triacilglicerol (S: 142 ± 7 vs C: 139 ± 21), colesterol (S: 118 ± 16 vs C: 82 ± 4), ácido úrico (S: 1,2 ± 0,10 vs C: 1,4 ± 0,18) e creatinina (S: 0,6 ± 0,02 vs C: 0,6 ± 0,04). Estes resultados mostram que a ingestão crônica de sacarose não leva ao desenvolvimento de síndrome metabólica em ratos.