Revisão de Literatura:

"INTRODUÇÃO: A epilepsia é marcada pela ocorrência de crises convulsivasrecorrentes e espontâneas. Trata-se de uma doença neurológica muito comum nahodiernidade, afetando cerca de 50 milhões de pessoas no mundo,principalmente, crianças. Dentre estas, 40% apresentam crises refratárias àsdrogas antiepilépticas existentes. Assim, opções não farmacológicas, como adieta cetogênica, mostram-se essenciais para o bem-estar desses pacientes.OBJETIVO: Reconhecer os benefícios da dieta cetogênica em crianças portadorasde epilepsia refratária. MÉTODOS: O estudo é uma revisão sistemática deliteratura, composta por dados coletados nos bancos de dados Scielo, PubMed eGoogle Acadêmico, entre os anos de 2010 e 2019. RESULTADOS: A epilepsia é umadoença caracterizada por episódios breves de movimentos involuntários que, namaioria das vezes, são acompanhados de perda da consciência e do controle dosesfíncteres. Sua etiologia pode ser estrutural, genética, infecciosa,metabólica, imune ou desconhecida e, apesar da primeira linha de tratamentoser os fármacos antiepilépticos, cerca de 30 a 40% da população não obtémresposta positiva, desenvolvendo a forma refratária da epilepsia. Nestes casospode-se optar por tratamento cirúrgico, estimulação do nervo vago oudietoterapia. A dietoterapia tem como base a aplicação da Dieta Cetogênica(DC), rica em lipídeos, moderada em proteínas e pobre em carboidratos e que,deve ser iniciada precocemente, haja vista a maior capacidade dos jovens emabsorver os corpos cetônicos, devido ao maior número de enzimasmetabolizadoras de cetona no cérebro. Como a dieta cetogênica aumenta aquantidade de corpos cetônicos no organismo, estes, ao atravessarem a barreirahematoencefálica, serão substrato no metabolismo energético cerebral,reduzindo a probabilidade de ocorrência de uma nova crise epiléptica. No maiorestudo prospectivo da literatura, compreendendo 150 crianças, os autoresverificaram eficácia da DC aos 6 e 12 meses de 51% e 50% dos pacientesrespectivamente, sendo que destes, 27% e 32% estavam no grupo com melhorasuperior a 90% ou livre de crises. CONCLUSÕES: A dieta cetogênica é uma opçãosegura e eficaz no tratamento da epilepsia refratária na maior parte dascrianças afetadas. Os tipos de crises e etiologias não são fatoresdeterminantes para a indicação desta terapia, sendo indicada para a maioriados pacientes com epilepsia refratária, sendo que a introdução precoce da DCrevela maior efetividade terapêutica."