Resumo:

A radiação ultravioleta B (UVB) é um dos principais fatores de risco para doenças dermatológicas e a exposição crônica a esta tem sido relacionada ao câncer de pele e ao envelhecimento cutâneo prematuro. Estes eventos estão relacionados com a formação de espécies reativas de oxigênio e produção de moléculas pró-inflamatórias como as citocinas. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos terapêuticos e mecanismos de ação dos flavonóides naringenina (NGN) e hesperidina metil chalcona (HMC) quando veiculados em formulação tópica, nos danos cutâneos inflamatórios e oxidativos induzidos pela radiação UVB em camundongos sem pêlo. Este estudo foi aprovado pela CEUA da UEL (Processo no. 19972.2013.46). Os animais foram tratados com as formulações tópicas contendo NGN (0,5%) ou HMC (1%) 12 horas, 6 horas, 5 minutos antes da radiação e 6 horas após o início da radiação. Amostras de pele foram coletadas 2, 4 e 12 horas após o término da exposição à radiação (4,14 J/cm2). Foram utilizados cinco animais em cada grupo e os dados foram analisados por ANOVA seguido do pós-teste de Tukey. Os tratamentos com as formulações tópicas contendo NGN ou HMC reduziram o edema cutâneo (72 e 76% respectivamente), a produção das citocinas inflamatórias TNFα (100 e 83% respectivamente), IL-1b (53 e 78% respectivamente) e IL-6 (64 e 62% respectivamente) e da citocina anti-inflamatória IL-10 (96% para ambos tratamentos) induzidos pela radiação UVB. Ainda, os tratamentos com as formulações contendo NGN ou HMC reduziram a produção de ânion superóxido (98 e 100% respectivamente) por reduzir a expressão de RNAm para gp91phox (97 e 100% respectivamente), a subunidade da NADPH oxidase, diretamente envolvida na produção de ânion superóxido. Em suma, os dados obtidos sugerem que as formulações tópicas contendo NGN ou HMC podem ser utilizadas como produtos potenciais para prevenir e/ou tratar doenças cutâneas relacionadas com a exposição à radiação UVB.