Artigo:

Os algoritmos generativos vêm sendo empregados pela arte e pelo design na concepção de formas e experiências inovadoras, como instalações interativas e identidades visuais flexíveis. No campo do design digital, esses algoritmos podem contribuir para o projeto de interfaces capazes de responder em tempo real a estímulos do ambiente e dos usuários, possibilitando que apps, sites, totens e displays públicos tenham seu estado alterado conforme a leitura que fazem dos locais em que estão. Existem, entretanto, poucas obras a respeito de como esses algoritmos são empregados em projetos de design digital, sobretudo no Brasil, e, portanto, a pesquisa propõe uma investigação qualitativa baseada em estudos de casos para descrever o processo criativo empregado por designers profissionais neste tipo de projeto. A pesquisa toma como objetivos específicos investigar as principais etapas de processos criativos propostas por Sawyer (2012) e Lubart (2007), e busca entender a aplicabilidade de pressupostos teóricos levantados acerca do projeto de interfaces digitais generativas em cada uma delas, por meio de estudos de casos como os projetos "BRUTE", de Patrik Hübner (2018), e os pôsteres digitais generativos de Rebelo et al. (2019). A unidade de análise - caso, será o processo criativo pelo qual passou um designer na elaboração de um projeto específico, objeto a ser elucidado por técnicas como entrevistas semi-estruturadas e análises de portfólio e de esboços. Como existem poucos designers brasileiros que trabalham com interfaces digitais generativas, e uma vez que os métodos escolhidos pressupõem acesso aos designers e a documentos sobre os projetos realizados, a principal dificuldade da pesquisa, em função da pandemia de COVID-19, vem sendo a seleção dos casos a serem estudados.