Resumo:

"Na contemporaneidade sistemas de informação estão cada vez mais presentes, entretanto, existe uma parte da população que vive um processo de redescoberta e adaptação: os idosos. O processo de envelhecimento é natural e traz desafios que convidam designers e sociedade à empatia na criação de produtos e serviços, com foco nesses usuários. Dado que, conforme o Estatuto do Idoso (Lei no 10.741, de 01 de outubro de 2003), em seu Art. 2o, este goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, assegurando-lhe todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental (BRASIL, 2003). No Brasil, dados da projeção populacional apontam que em 2043 um quarto da população deverá ter mais de 60 anos, enquanto a proporção de jovens até 14 anos será de apenas 16,3% (IBGE, 2019), ou seja, é relevante o debate sobre a relação desses usuários com sistemas que promovem o acesso a informação. Segundo Marques (2020, p. 30) “[...] a função social do design para o idoso não é realizar projetos que ocultem o envelhecimento, mas reconhecer que a vida é um processo contínuo e que em cada fase surgem necessidades que devem ser supridas"", com destaque para a inclusão digital e informacional. Para ambientes digitais da informação, como as interfaces gráfico-informacionais, os princípios aplicados são, comumente, os de design da informação, nas interações ele atua com soluções de informação, notadamente num contexto de excesso de dados na internet, que trazem obstáculos a carga cognitiva. A partir dessas interações, surgem as impressões dos usuários, ou seja, suas experiências, para Grilo (2019, p. 14) “A experiência do usuário (UX) se inicia com uma necessidade ou problema que motiva o uso de um produto”. Em meio digital, situações corriqueiras no uso de interfaces, podem se converter em atratividade ou repulsividade, “[...] quando os usuários interpretam mal os elementos de design, você precisa alterá-los” (NIELSEN, 2012), por isso a importância de estudos e avaliações. Conforme corrobora Norman (2006, p. 8) “[...] os problemas parecem triviais, mas podem significar a diferença entre prazer e frustrações”, questionar padrões estabelecidos pelo mercado e abordagens com usuários, podem trazer mudanças significativas e maior satisfação. Desse modo, na terceira idade, a interação com as TIC apresenta-se como desafio, pois ainda que o usuário possua nível instrucional elevado, podem surgir dificuldades, ocasionados pela rapidez de defasagem dos produtos e/ou serviços tecnológicos, ao maior esforço adaptativo e volatilidade do conhecimento. Apesar de suas adversidades, o envelhecimento não retira a capacidade intelectual, produtividade científica e as potencialidades das pessoas, no entanto, suas atividades precisam ser adaptadas, assim, produzir peças gráficas que atendam às necessidades oriundas da idade é um fator relevante no campo do design (MARQUES, 2020, p. 22). Dito isso, o Design da Informação e as descobertas da UX podem viabilizar conforto e deleite nas interações desses pesquisadores da terceira idade. Em meio acadêmico, elementos visuais e gráficos podem ser aplicados de maneira eficiente nos Repositórios Institucionais (RI), que “[...] na atualidade, têm cumprido um importante papel referente ao compartilhamento da produção científica das instituições de ensino superior e institutos de pesquisa” (APOCALYPSE; JORENTE, 2019, p. 556). Assim, devido a indispensabilidade de estudos que contemplem a terceira idade, surge a seguinte questão norteadora de pesquisa: Como o Design da Informação pode contribuir para uma interação produtiva dos pesquisadores da terceira idade no contexto de uso do Repositório Institucional UFMA? À vista disso, apresenta-se como objetivo geral analisar o repositório institucional da Universidade Federal do Maranhão à luz dos princípios do design da informação com o intuito de tornar prática e eficiente a experiência dos pesquisadores da terceira idade. Com os objetivos específicos, pretende-se a) Estudar as necessidades dos pesquisadores da terceira idade no repositório institucional da UFMA; b) Identificar os elementos do design da informação na interface gráfico-informacional do repositório institucional da UFMA e c) Propor recomendações para um redesign no repositório institucional da UFMA, com base nos princípios do design da informação e da experiência de usuário. A presente pesquisa, quanto à sua natureza, considera-se neste estudo a pesquisa aplicada essencialmente utilizada em Design, na sua aplicação prática. Em função de seus objetivos, caracteriza-se como pesquisa exploratória, que pode proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito (GIL, 2002, p. 41) e descritiva, pois são relatadas características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 2002, p. 42). Quanto ao tipo de abordagem, têm-se a pesquisa qualitativa, que se preocupa em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano (LAKATOS; MARCONI, 2008, p. 155). Em relação aos seus procedimentos, o método aplicado é estudo de caso, pois este “[...] procura responder questões que envolvem o fenômeno e o contexto de uma pesquisa” (SANTOS, 2018, p. 107). O percurso metodológico se realizará em etapas, primeiramente, será realizada uma pesquisa bibliográfica, por meio do método assistemático para aproximação com o tema estudado. A segunda etapa, será realizada a seleção de amostra de pesquisa, tendo como foco pesquisadores da terceira idade - docentes da UFMA, professores da Pós-Graduação. Será realizado também teste para avaliar a compreensibilidade e satisfação dos usuários, com base nos elementos do design da informação, através da escala de avaliação Likert. Na terceira etapa, serão propostas recomendações para um redesign da interface do R. I. da UFMA, possível através da análise de resultados das avaliações de UX e testes de usuário realizados na segunda etapa, com foco no usuário estudado, em deferência à identidade visual do sistema, quem o elaborou e quanto à instituição que o rege. Como contribuição almeja-se repensar elementos para proporcionar acessibilidade, compreensibilidade e novas apreensões em interfaces gráfico-informacionais, com respeito às necessidades dos usuários da terceira idade."