Revisão de Literatura:

**INTRODUÇÃO: **Motivados pelo desejo de salvar vidas, os estudantes de medicina ingressam no curso sem ter dimensão do que os espera. A dedicação muitas vezes é intensa e necessária, uma vez que o curso almejado é um dos mais concorridos nos vestibulares brasileiros. No entanto, essa transição para a vida universitária pode revelar uma rotina ainda mais extenuante de estudos e cobranças difíceis. O aumento de ideação, tentativa e consumação de suicídios ilustra bem isso. O suicídio é, pois, considerado um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e precisa ser mais estudado tendo em vista que a taxa entre a classe médica é conhecida por ser mais elevada do que a da população em geral. **OBJETIVO: **O presente estudo tem como objetivo analisar os fatores de risco associados ao suicídio em estudantes de Medicina brasileiros. **MÉTODOS: **Foi realizada uma pesquisa nos bancos de dados PubMed, Lilacs e SciELO com os descritores “suicídio”, “estudantes”, “medicina” e “faculdade” entre os anos de 2000 e 2018 em língua inglesa, portuguesa e espanhola. **RESULTADOS: **Frente a uma grande competitividade para se obter a tão sonhada vaga em uma faculdade de medicina o estresse é elevado. Somado a isso há uma grande expectativa de empregabilidade e boa remuneração. Por outro lado, o que se encontra no início são cobranças, exigências de aula, carga horária, responsabilidades e plantões. Percebe-se despreparo para esses novos desafios. Sem apoio e liderança, o estudante tende então a dar o melhor de si, a ser o melhor. Como consequência, muitos não aguentam a pressão e entram em conflitos consigo mesmo, com o curso e com o futuro agora incerto. Uma pesquisa realizada no mundo todo levantou que 10% dos que ingressam na faculdade de medicina desistem e não retornam; 15% desistem temporariamente e retornam.Posto isso, os principais fatores de risco ligados ao suicídio são: ansiedade, depressão (27,2% dos estudantes de medicina e 28,8% dos médicos residentes revelaram ter depressão ou sintomas da doença), alcoolismo, quadro psicótico, estado de exaustão, ideação suicida (relatada em 11,1% dos estudantes), história familiar de suicídio, mudanças no comportamento, sentimento de desesperança. **CONCLUSÃO: **É consensual entre os estudiosos que a informação é a melhor maneira de estancar os suicídios e melhorar a saúde mental dos estudantes de medicina. A partir dela é possível que os próprios estudantes identifiquem os sinais de alerta para buscar apoio. A rede de apoio deve ser composta pela família, faculdade, amigos e hospitais preparados. Além disso, a negligência frente a saúde mental deve ser combatida pelas instituições e seus locais de extensão, a fim de se propiciar um ambiente seguro para a formação de seus alunos. Reconhecer o problema e propor soluções e tratamentos para lidar com ele são os fundamentos para lidar com os fatores de risco apresentados.