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Em 2010 a alimentação adequada foi incluída como um dos direitos sociais básicos garantidos pela Constituição Federal. No entanto, além de questões de maior complexidade como a fome, esta inclusão não garante a todos uma alimentação saudável e parte desta problemática se deve à falta de conhecimento dos consumidores. Um dos fatores de influência para a escolha alimentar pode ser a compreensão das informações presentes no rótulo das embalagens, ingredientes e características nutricionais do produto. Porém, o entendimento destas pode ser prejudicado devido à falta de conhecimento técnico por parte do usuário ou escolhas de design como, por exemplo: formatos e dimensões do rótulo ou recipiente, legibilidade, posicionamento da informação, contraste, cor. A RDC nº 429/2020 e Instrução Normativa - IN nº 75, entre outros aspectos, determina sobre a padronização da tabela nutricional dos alimentos industrializados e a inclusão da Rotulagem Nutricional Frontal (RNF). Estes elementos possuem características gráficas padronizadas, pois é esperado que o consumidor possa fazer escolhas alimentares mais conscientes à medida que a compreensão destas informações é facilitada. Sendo assim, é imprescindível que estes elementos gráficos a atendam a aspectos fundamentais à compreensão das informações, considerando também sua interação com os demais elementos e arranjos visuais da embalagem. Nesta breve e preliminar discussão, busca-se apresentar um recorte da revisão da literatura a partir da pergunta norteadora: quais aspectos básicos do design gráfico, que tangem a informação, devem ser observados para interpretação da rotulagem nutricional em produtos alimentícios destinados ao público infantil, observados a partir da RDC nº 429/2020 e Instrução Normativa nº 75? O recorte feito em produtos infantis é decorrente da tese de Doutorado da pesquisadora, que se encontra no momento de finalização do Referencial Teórico, e baseia-se em pesquisas sobre alimentação que apontam, entre outras coisas, o aumento do consumo de produtos processados e ultra processados por crianças, aprofundado pela pandemia de COVID-19 (UNICEF, 2021). Com este recorte, se tem como objetivo estabelecer um conjunto de parâmetros metodológicos para observação da rotulagem nutricional de produtos processados e ultra processados que possuam crianças como público-alvo, a partir de uma Revisão Bibliográfica dos aspectos básicos de fundamentação do design gráfico. Para tanto, observou-se fundamentos da Gestalt (GOMES FILHO, 2009), Tipografia (FARIAS, 2016), Cor (GUIMARÃES, 2000) e Símbolo (FRUTIGER, 2007) aplicados na tabela de rotulagem nutricional e RNF, determinadas pela RDC. Como resultado, percebe-se, até então, que a padronização das cores dos objetos supracitados destaca a informação em meio aos demais elementos da embalagem; que a tipografia indicada e os tamanhos mínimos de aplicação atendem parcialmente aos preceitos de legibilidade; que, de acordo com as leis da Gestalt há possibilidade de melhorias, especialmente na RNF, além de que a distribuição dos demais elementos no rótulo do produto e do símbolo utilizado na RNF não parecem contribuir para alertar o consumidor a respeito dos riscos de consumo de alimentos destes alimentos.