Artigo:

INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) se caracteriza pela incapacidade do coração em bombear sangue, de maneira a atender as necessidades metabólicas do organismo. A presença de sintomas, bem como sua intensidade, apresentam relação direta com a qualidade de vida e o prognóstico do paciente. Sendo assim, há casos em que a clínica da IC se encontra mais branda, e por outro lado, outros mais exacerbados. Dentre fatores responsáveis pela desestabilização da doença de base, destacam-se má adesão ou terapia inadequada e presença de infecções, como pelo Coronavírus (Sars-Cov-2). OBJETIVO: O objetivo foi avaliar se houve impacto no perfil epidemiológico (sexo e raça) e no número de internações hospitalares, em pacientes com IC, devido ao COVID-19, nos anos da pandemia (2020 e 2021). METODOLOGIA: O estudo baseia-se em análise epidemiológica, descritiva, retrospectiva e transversal. Os dados do presente estudo foram coletados do Banco Informativo de Saúde DATASUS (TABNET), dos anos de 2019, 2020 e 2021, no município de São Paulo. Os dados coletados forma número de internações, sexo e raça (branca, parda e negra). RESULTADOS/DISCUSSÃO: Classicamente, a IC predomina no sexo masculino e em negros. Entretanto, houve discordância entre a literatura e os dados coletados, no que diz respeito à raça, nos anos de 2019, 2020 e 2021. Este fato é devido à possíveis subnotificações dos dados na raça negra nos sistemas e relatórios de informação em saúde. Em relação ao sexo, não apresentou discordância entre a literatura e os dados literários coletados. Entretanto, em 2021, ocorreu discreta prevalência no número de internações no sexo feminino, o que pode ser justificado pelo fato das mulheres representarem a maioria dos profissionais da saúde, proporcionando maior risco de contrair a doença. CONCLUSÃO: Observou-se um impacto significativo do COVID em relação à saúde do doente cardiovascular. Isto é explicado pelo fato de o paciente apenas procurar o serviço de prontoatendimento quando estiver com um quadro mais complicado, ou seja, tardiamente, piorando seu prognóstico. Além disso, houve impacto no perfil dos pacientes internados por insuficiência cardíaca devido à influência da pandemia de Covid-19, demonstrando discordância do perfil epidemiológico entre a literatura clássica e os dados analisados no DATASUS.