Dezembro 2020 vol. 6 num. 4 - VIII Congresso Médico Universitário São Camilo
Artigo completo - Open Access.
IMPACTO DO PUERPÉRIO NA VIDA SEXUAL DO CASAL: UMA REVISÃO
IMPACT OF THE PUERPERIUM ON THE COUPLE'S SEXUAL LIFE: A REVIEW
Pessoa, MGP ; Alcoforado, LV ; Rodrigues, G ; Pereira, MM ;
Artigo completo:
Foi realizada uma revisão bibliográfica consultando a base de dados PubMed utilizando os descritores couple, sexual activity, postpartum. Foram encontrados 73 artigos, dos quais 16 foram selecionados. Os critérios de exclusão foram: artigos de revisão, relatos de caso e divergência do tema. O principal objetivo foi analisar como o puerpério interfere na vida sexual do casal. Após avaliação dos artigos, obteve-se que em um estudo com 315 mulheres, cerca de 30% apresentavam risco para disfunção sexual. Além disso, no terceiro trimestre de gestação, a frequência de inatividade sexual foi de 24%, enquanto, no puerpério, 40,5%, voltando a cair 4 meses após o parto (19,9%). A diminuição da libido se mostrou a causa mais prevalente de disfunção sexual no período puerperal. Outros fatores foram a baixa qualidade da relação conjugal, cesariana e sintomas depressivos pós-parto. Quanto à lactação, alguns autores acreditam que ocorra aumento da libido por efeito positivo da ocitocina no humor e outros que ocorra redução devido a ação da prolactina. Quanto a via de parto, observou-se que a atividade sexual foi retomada mais tarde nos casos de parto vaginal operatório e que a insatisfação sexual foi menos frequente nas cesáreas. Um estudo com 370 mulheres demonstrou que 43% retomaram as relações sexuais em 42 dias após o parto e 92% 12 semas pós-parto. A demora no retorno da atividade sexual foi relacionada com medo de nova gravidez e de sentir dor, aguardo do aval do profissional de saúde, vergonha do corpo e redução da libido. Estudo realizado com 395 mulheres demonstrou que 65,29% consideraram o sexo pós-parto menos satisfatório e que a relação sexual, por parte da mulher, tratava-se de satisfazer o cônjuge (60,71%) e de manter o relacionamento (57,14%). Uma pesquisa evidenciou que a alta intimidade no relacionamento promove melhor qualidade das relações sexuais. No entanto, um recente estudo inferiu que quão maior for a afetividade do relacionamento, menos frequentes são as relações, o que é justificado como tentativa de evitar dor e infecções. Ademais, estudos demonstram que nos países subdesenvolvidos há retomada precoce da atividade sexual e nas multíparas a disfunção sexual é mais prevalente. Conclui-se que o comprometimento da qualidade sexual durante o puerpério é muito frequente e decorre de vários fatores. Sabe-se que esse assunto ainda é pouco discutido na consulta puerperal, portanto a ampliação de sua abordagem é essencial.
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Foi realizada uma revisão bibliográfica consultando a base de dados PubMed utilizando os descritores couple, sexual activity, postpartum. Foram encontrados 73 artigos, dos quais 16 foram selecionados. Os critérios de exclusão foram: artigos de revisão, relatos de caso e divergência do tema. O principal objetivo foi analisar como o puerpério interfere na vida sexual do casal. Após avaliação dos artigos, obteve-se que em um estudo com 315 mulheres, cerca de 30% apresentavam risco para disfunção sexual. Além disso, no terceiro trimestre de gestação, a frequência de inatividade sexual foi de 24%, enquanto, no puerpério, 40,5%, voltando a cair 4 meses após o parto (19,9%). A diminuição da libido se mostrou a causa mais prevalente de disfunção sexual no período puerperal. Outros fatores foram a baixa qualidade da relação conjugal, cesariana e sintomas depressivos pós-parto. Quanto à lactação, alguns autores acreditam que ocorra aumento da libido por efeito positivo da ocitocina no humor e outros que ocorra redução devido a ação da prolactina. Quanto a via de parto, observou-se que a atividade sexual foi retomada mais tarde nos casos de parto vaginal operatório e que a insatisfação sexual foi menos frequente nas cesáreas. Um estudo com 370 mulheres demonstrou que 43% retomaram as relações sexuais em 42 dias após o parto e 92% 12 semas pós-parto. A demora no retorno da atividade sexual foi relacionada com medo de nova gravidez e de sentir dor, aguardo do aval do profissional de saúde, vergonha do corpo e redução da libido. Estudo realizado com 395 mulheres demonstrou que 65,29% consideraram o sexo pós-parto menos satisfatório e que a relação sexual, por parte da mulher, tratava-se de satisfazer o cônjuge (60,71%) e de manter o relacionamento (57,14%). Uma pesquisa evidenciou que a alta intimidade no relacionamento promove melhor qualidade das relações sexuais. No entanto, um recente estudo inferiu que quão maior for a afetividade do relacionamento, menos frequentes são as relações, o que é justificado como tentativa de evitar dor e infecções. Ademais, estudos demonstram que nos países subdesenvolvidos há retomada precoce da atividade sexual e nas multíparas a disfunção sexual é mais prevalente. Conclui-se que o comprometimento da qualidade sexual durante o puerpério é muito frequente e decorre de vários fatores. Sabe-se que esse assunto ainda é pouco discutido na consulta puerperal, portanto a ampliação de sua abordagem é essencial.
Palavras-chave: Sexual Activity and Postpartum and Coupl,
Palavras-chave: Sexual Activity and Postpartum and Coupl,
DOI: 10.5151/comusc2020-05
Referências bibliográficas
Como citar:
Pessoa, MGP; Alcoforado, LV; Rodrigues, G; Pereira, MM; "IMPACTO DO PUERPÉRIO NA VIDA SEXUAL DO CASAL: UMA REVISÃO", p. 51-69 . In: Anais do VIII Congresso Médico Universitário São Camilo.
São Paulo: Blucher,
2020.
ISSN 2357-7282,
DOI 10.5151/comusc2020-05
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