Revisão de Literatura:

**INTRODUÇÃO: **Em 1987, em Goiânia, Goiás, a ruptura do aparelho radioterápico que continha o isótopo radioativo do Césio-137 gerou a contaminação de pessoas e do meio ambiente devido ao manuseio incorreto por pessoas leigas, provocando o maior acidente radioativo do país.  Uma área de 2.000 m2 foi contaminada e identificou-se 249 pessoas com diferentes níveis de contaminação. Os prejuízos aos indivíduos envolvidos perpetuam até os dias atuais, visto que complicações físicas e transtornos psíquicos são evidenciados pela monitorização ao longo dos anos. **OBJETIVO:** O presente estudo busca elucidar os atuais impactos biopsicossociais gerados nos indivíduos expostos ao radioacidente. **METODOLOGIA: **Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, através de buscas nas bases de dados SCIELO e BVS. Foram encontrados 62 artigos relacionados ao assunto, dos quais excluíram-se 48 por terem sido publicados há mais de 6 anos, sendo selecionados 14 artigos para compor o texto final. Ademais, retirou-se dados da Secretaria da Saúde do Estado de Goiás (SES/GO) e do CONECTA SUS. Utilizou-se os seguintes descritores: césio-137, cesium-137 accident e acidente radioativo. **RESULTADOS:** Desde 2011, o Centro de Assistência aos Radioacidentados (CARA) realiza o monitoramento das pessoas expostas à radiação. Os radioacidentados são divididos em três grupos (GI, GII e GIII), de acordo com o grau de exposição. Atualmente, o CARA acompanha 1352 pacientes, sendo que os transtornos crônicos mais comuns, no período de Ago/2012 a Jul/2017, foram as doenças cardiovasculares, diabetes, transtornos psíquicos e as neoplasias. As principais causas de morte desses pacientes são: causas externas, sepse, neoplasias e doenças do aparelho circulatório, obtendo nos últimos 5 anos 1 morte do GI, 2 do GII e 27 do GIII.  Cerca de 75% dos radioacidentados apresentam alguma forma de sintomas psicológicos, sendo as crianças, gestantes, idosos e pessoas com histórico de transtorno psiquiátrico o grupo com maior susceptibilidade. As vítimas ainda carregam consigo o sofrimento decorrente do acidente, formando uma barreira consolidada pelo auto preconceito que os impede de se inserir e participar das atividades de sua comunidade. **CONCLUSÃO: **Nota-se que os indivíduos expostos à radiação sofreram considerável impacto na sua qualidade de vida. Isso corrobora com os resultados dos estudos, confirmando que, pelo fato de se tratar de um acidente radioativo, a condição das vítimas torna-se crônica.