Artigo:

INTRODUÇÃO: Desde meados de 2019, o vírus Sars-CoV-2 tem gerado na população, especialmente em portadores de doenças crônicas como a asma, um cenário de medo e dúvidas quanto ao seu verdadeiro potencial de virulência e complicação. Sabendo que tanto SARS-CoV-2 quanto a asma atingem o trato respiratório, questiona-se a associação dessas doenças e sua probabilidade para internação e mortalidade decorrente dessa relação. OBJETIVO: O objetivo do estudo foi analisar a relação entre asma e Covid-19 e verificar se a associação das duas doenças aumenta o risco de mortalidade e gravidade do quadro infeccioso. METODOLOGIA: Realizou-se revisão bibliográfica com os descritores Asma e Covid-19, unidos pelo operador booleano AND. As buscas foram realizadas nas bases de dados da Bireme. Foram escolhidos os trabalhos que possuíam texto completo, nas bases de dados MEDLINE e LILACS. Além disso, optou-se por revisões sistemáticas nos idiomas: Inglês, português e espanhol, totalizando 31 artigos. Após exclusão por textos que não abordavam a associação ou fugiam do tema proposto, 9 artigos foram analisados. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Dos estudos incluídos nesta revisão, oito convergem para a ideia de que pacientes asmáticos não possuem maior risco de contrair o vírus e que a asma não aumenta significativamente hospitalização e internação em UTI. Além disso, esses artigos apontam que a asma não foi associada a uma maior gravidade na evolução do quadro e na mortalidade e que inclusive poderia funcionar como um fator de proteção, na qual a resposta imune desencadeada pela asma poderia explicar tal proteção. Em contrapartida, em uma meta-análise com uma amostra de 107.983 indivíduos, estabeleceu-se que a asma é um fator predisponente para a intubação endotraqueal em pacientes com COVID-19, principalmente jovens e obesos, associando a comorbidade a um pior desfecho da infecção. CONCLUSÃO: Conclui-se que embora haja muitos estudos que correlacionam os impactos de pacientes asmáticos contraírem Covid-19, existem artigos que evidenciam que não há grandes impactos para essa população. Assim, observa-se a necessidade de mais estudos sobre o tema, a fim de obter melhores entendimentos nos impactos ou não dessa associação.