Revisão de Literatura:

"INTRODUÇÃO: Caracterizada como uma patologia infecciosa crônica, a hanseníaseapresenta manifestações dermatológicas que podem evoluir para incapacidadesfísicas e deformidades. Em 2019 no Brasil, ocorreu cerca de 27.863 novoscasos, atrás apenas da Índia. Por muito tempo, suas formas de enfrentamentoapresentaram recomendações de confinamento compulsório e exclusão social. Oestigma associado à hanseníase, ainda hoje, torna seu diagnóstico um motivo deconstrangimento, podendo afetar aspectos sociais, físicos e psíquicos dossujeitos acometidos.OBJETIVOS: Revisar artigos que abordaram os impactos do estigma e preconceitovivenciados por indivíduos com diagnóstico de hanseníase.MÉTODOS: Revisão sistemática de literatura sobre impacto do preconceito navida de pacientes com hanseníase. Realizou-se busca no Portal Regional daBiblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando a estratégia: ""hansen disease""OR leprosy AND prejudice. As bases de dados foram: MEDLINE, LILACS e BDENF -Enfermagem; foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol e dosúltimos dez anos. Após a remoção das duplicatas, 30 artigos foram analisados.RESULTADOS: Dos 30 artigos a serem analisados, um fugiu ao tema, um não foiencontrado texto na íntegra, 8 foram excluídos por não se serem artigos decunho científico ou serem revisões de literatura e outros 3 por não constaremdados suficientes para o objetivo da análise. Um dos estudos revelou adificuldade que os pacientes têm em enfrentar a doença, tendo que, porexemplo, mudar de suas casas, perdendo laços familiares e afetando sua saúdemental. Outros artigos relacionaram o estigma da doença à redução na vaidade,o que revela um reflexo do preconceito no próprio enfermo, e também trouxeramque 69,1% enfrentaram problemas inclusive no seu local de trabalho,evidenciando o preconceito externo. Ademais, muitos dos pacientes optaram peloisolamento social para prevenir a ocorrência de discriminação. Foi abordadoque, em razão do preconceito e do estigma, pacientes tentam omitir a doença,recebendo diagnóstico e tratamento tardios. Foi citada a escassez de redes deapoio ao enfrentamento da hanseníase e de comunicação com essas pessoas.CONCLUSÕES: Foram observados como impactos do estigma e preconceito dahanseníase: perda de laços familiares, redução da vaidade, dificuldades noambiente de trabalho e isolamento social, evidenciando a importância docorreto entendimento acerca da doença pela população e por profissionais desaúde."