Revisão de Literatura:

"INTRODUÇÃO: A Síndrome de Asperger (SA) é uma variante do Transtorno doEspectro Autista (TEA), responsável por prejuízo das funções comunicativas ecomportamentais. Manifesta-se com nível intelectual preservado e por vezescombina-se a Altas Habilidades e Superdotação (AH/SD), garantindo ao pacientemaior capacidade de sociabilização se comparadas às outras apresentaçõesautistas. OBJETIVOS: Discorrer sobre a associação SA-AH/SD e a importância daintervenção médica na capacitação social dos pacientes. MÉTODOS: Realizou-seuma revisão sistemática de literatura de caráter descritivo a partir de dadosobtidos em livros da área médica e das plataformas eletrônicas Scielo ePubMed, utilizando-se os descritores “Síndrome de Asperger, Superdotação,Inclusão social”. RESULTADOS: A SA, tipo mais comum de autismo (1 a cada 1000crianças), é caracterizada por prejuízo da interação social, restrição decomportamento e interesse e inteligência e linguagem conservadas, que podecursar com ansiedade, agressividade, déficit de atenção e apatia. Quando,porventura, o Transtorno de Asperger é concomitante às AH/SD (duplaexcepcionalidade), algumas dessas limitações não são presentes. A cogniçãosobrelevada assegura ao paciente duplo excepcional aptidões intelectuais doconhecimento, criatividade, perspicácia e melhor adaptação ao mundo exterior,compensando o déficit social esperado pela SA. No entanto, as semelhançasentre as duas condições (fluência verbal, interesse restringido, resistência amudanças) podem vir a dificultar o diagnóstico. É também comum o preconceitode que um autista não pode ser superdotado e vice-versa, provocarsubdiagnósticos, afetando o tratamento (um superdotado com TA tratado apenascomo um superdotado evolui com problemas comunicativos e de socialização), quedeve ser individualizado, levando em conta qual extremo pesa mais no perfil dopaciente (a SA ou a SD). Deste modo, é importante que o médico estabeleça odiagnóstico acompanhando a história do paciente de maneira interdisciplinar,atrelado à escola e psicoterapia. Com uma abordagem individualizada,integralizada e regular, o autista duplo excepcional é capacitado a exercersua independência e desenvolver sua consciência social. CONCLUSÃO: Infere-seque o paciente duplo excepcional, mesmo que incluído na classificação de TEA,apresenta maior capacidade funcional e se devidamente tratado, pode conquistarsua autonomia e desenvolver consciência social, assim como um indivíduo nãoautista."