Resumo:

A obesidade é uma das doenças que ameaça a saúde mundialmente. Uma das formas de se combater a obesidade é a utilização de inibidores da enzima lipase pancreática. A casca do pinhão (Araucária angustifolia) é geralmente descartada sendo, no entanto, rica em taninos condensados. O objetivo deste estudo foi avaliar a inibição da lipase pancreática e da absorção intestinal de triacilglicerídeos utilizando extrato de casca de pinhão em experimentos in vitro e in vivo com camundongos. Fez se um extrato alcoólico da casca do pinhão liofilizado para utilizar nos ensaios enzimáticos. In vitro foram realizados as análises com a lipase pancreática de porco na presença do extrato da casca do pinhão a 200, 300 e 400 ug/mL. Como substrato utilizou o p-nitrofenil palmitato (p-NPP) a 100 ug/mL dissolvido em tampão Tris-HCl. A reação foi conduzida a 37°C/20 minutos e avaliada pelo aparecimento do produto p-nitrofenol a 410 nm. In vivo foi administrado intragastricamente o extrato de pinhão nas concentrações de 100, 250 e 500 ug/Kg do animal e como substrato utilizou óleo de oliva 5 mL/kg do animal, realizando as análises de 1,5 em 1,5 horas em aparelho accutrend plus Roche triacilgliceríeos teste. As medidas cinéticas de km (0.0583 mM±0.0077) e vmáx (2.094 uMol-1±0.126) revelaram que o extrato de casca de pinhão é um inibidor eficaz da lipase pancreática. Na concentração de 500 ug/mL de extrato inibiu 68% da atividade da lipase pancreática e a inibição é do tipo não competitiva parabólica. O extrato da casca de pinhão também foi eficaz na redução dos níveis de triacilgliceróis no plasma em camundongos após a administração de óleo de oliva, sendo observada diminuição de 84% em relação ao controle. Conclui-se que com essas ações, o extrato de casca de pinhão apresenta um potencial de ação anti-obesidade.