Revisão de Literatura:

**INTRODUÇÃO: **Ioga é uma atividade simples, inclusive com instrução online, não requer equipamentos caros. Combina exercícios físicos com técnicas de respiração, controle de estresse e meditação. Compilando os benefícios da prática e a crescente morbimortalidade das doenças cardiovasculares, decidiu-se verificar a associação entre as duas. **OBJETIVO: **Demonstrar o papel do ioga como terapia adjunta não-medicamentosa para melhora dos parâmetros biopsicossociais das doenças cardíacas. **METODOLOGIA: **Revisão sistemática a partir das bases de dados PUBMED, Cochrane e Sciello em janeiro de 2019 utilizando as palavras-chave: “heart disease” AND “yoga” e os filtros de espécie (“humanos”) e tempo (“20 anos”), obtendo 67 artigos que foram reduzidos a 37 após a análise por 3 avaliadores independentes. **RESULTADO: **Os artigos analisados são ensaios clínicos ou revisões sistemáticas que abordaram: coronariopatias, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, arritmias, insuficiência cardíaca e doenças estruturais. Dos artigos, 12 citaram redução de sintomas como angina, palpitação e dispneia - um paciente passou 3 meses sem queixas, mesmo com fibrilação atrial paroxística. Muitos artigos apresentaram melhora nos padrões metabólicos: em 5 houve redução da frequência cardíaca, 4 no índice de massa corporal, 2 na cintura abdominal, 1 na glicemia, 5 nos marcadores inflamatórios (IL6, PCR, antioxidantes, proteínas de baixa densidade), 1 na remodelação cardíaca (renina, massa do ventrículo esquerdo), 7 no perfil lipídico (regredindo a placa de ateroma em 3) e 10 abordaram diminuição da pressão arterial, havendo redução e eliminação da medicação anti-hipertensiva. No âmbito psicossocial, 12 referiram melhora na saúde mental, 9 na qualidade de vida e 2 na espiritualidade, que colabora para melhora clínica. Analogamente, 12 citaram aumento da capacidade funcional (força muscular e flexibilidade), apesar de 3 artigos elencarem melhores resultados em exercícios de resistência e 1 equiparar a ioga com a hidroginástica. Por fim, 2 textos foram inconclusivos quanto à eficácia da ioga, 1 não encontrou melhora significativa e 2 não isolaram a ioga, permitindo fatores de confusão. **CONCLUSÃO: **A ioga é uma ferramenta de cuidados paliativos e deve ser incorporada na reabilitação cardíaca para complementar o tratamento farmacoterápico. Estudos maiores de longo prazo são essenciais para elucidar os mecanismos, frequência necessária e vertentes/modalidades da ioga ideais para essa finalidade.