Artigo:

Introdução: O linfoma de células T/NK é um tipo raro de linfoma não Hodgkin que se caracteriza pelo acometimento extranodal das estruturas da linha média da face e tem íntima associação à infecção pelo Epstein Barr Vírus (EBV), visto que há evidência da associação da infeção do EBV com a patogênese da doença. O diagnóstico é comumente realizado através de biópsia e de estudo imunohistoquímico caracterizado pela expressão do marcador CD56 e grânulos citotóxicos. O tratamento é definido pelo estadiamento da doença e pela condição clínica do paciente, todavia, o linfoma de células T/NK apresenta um curso clínico agressivo e um prognóstico ruim. Relato do caso: A partir da análise de planilhas e do livro de registros durante estágio do curso de Medicina, evidenciou-se uma mulher de 44 anos com queixas de cefaléia progressiva à esquerda associada à dor retrorbitária e maxilar, obstrução nasal unilateral e rinorreia purulenta há quatro meses. Optou-se por realização de nasofibroscopia com biópsia e imunohistoquímica da massa nasal, sendo obtido diagnóstico de linfoma de células T/NK nasal. Realizou-se pesquisa por meio de hibridização in situ para EBV com resultado negativo. O tratamento escolhido foi quimioradioterápico sequencial, ainda em andamento, seguindo o protocolo PEG SMILE. Discussão: O linfoma de células T/NK possui maior prevalência no sexo masculino e, geograficamente, nas populações asiáticas e sul-americanas. No caso descrito, a paciente do sexo feminino apresentou uma sintomatologia inicial característica. Sendo os exames histopatológico e a imunoistoquímica decisivos para confirmação do diagnóstico, porém, o resultado negativo na pesquisa pelo EBV por hibridização in situ, mostrou-se controverso aos achados comuns da doença. O tratamento escolhido foi a quimioradioterapia sequencial, padrão para linfoma de células T/NK localizados. Conclusão: O relato apresenta uma paciente do sexo feminino diagnosticada com linfoma de células T/NK, uma doença rara, mais comum no sexo masculino e altamente associada a infecção do EBV. Entretanto, destaca-se no caso a negatividade para pesquisa de EBV nas células tumorais, o que torna o caso raro. O tratamento optado segue o protocolo PEG SMILE e está em andamento.