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No pensamento oriental, o vazio é tão importante quanto o cheio, uma vez que a não-forma delimita a forma. Partindo de um ensinamento taoísta, o designer suíço Emil Ruder (1996) enaltece o equilíbrio entre forma e contra-forma na tipografia. O conteúdo, quando mínimo, ativa os espaços em branco, criando um meio para reverberar e se tornar perceptível, semelhante ao efeito proporcionado pelas pinturas asiáticas em nanquim (KATO, 2012). No Japão, o vazio que se manifesta no design visual e de produto funciona como um intervalo espaço-tempo disponível “ma” (OKANO, 2012) capaz de adequar um conteúdo informacional ou tecnológico às necessidades dos usuários. O objetivo desta pesquisa de mestrado consiste em discernir possível associação entre manifestações do conceito de “vazio” na cultura japonesa e ocorrências de “vazio” tanto em projetos de design visual do Estilo Tipográfico Internacional, desenvolvidos na Suíça, na década de 1950, quanto em projetos de design de produto do chamado “estilo Braun”, concebidos, a partir da década de 1950, pela equipe de Dieter Rams. O método de pesquisa divide-se em cinco etapas. As três primeiras correspondem ao levantamento de dados sobre manifestações do conceito de “vazio” na cultura japonesa, no Estilo Tipográfico Internacional e no chamado “estilo Braun”. As técnicas de coleta incluem revisão da bibliografia, buscas na internet e análises observacionais de projetos notáveis de design. As duas últimas etapas correspondem ao tratamento de dados da pesquisa, cotejando os resultados da primeira com os da segunda e da terceira etapa. Atualmente, a pesquisadora encontra-se coletando dados da segunda e da terceira etapa. Os desafios encontram-se, sobretudo, na análise observacional de projetos clássicos de design: no design visual, os próprios manuais tipográficos consultados tornaram-se objetos de estudo; já no design de produto, as fontes limitaram-se a fotografias disponíveis na internet.