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O início do século 21, de acordo com Sassen (1998), amplia o cenário da globalização para distintas localidades do mundo, expressando a expansão de uma economia que busca acrescentar, cada vez mais, novos espaços à dinâmica do capital transnacional. Nesse contexto, localidades que anteriormente apresentavam características vinculadas tanto ao desenho do território, como o caso do Litoral, quanto às suas raízes históricas passam a compor também a dinâmica global. De fato, Baeninger (2015:15) analisa que “à medida que as localidades se inserem na lógica das atividades transnacionais, as migrações internas e internacionais tenderão a se intensificar, correspondendo à mesma velocidade da mobilidade do capital na contemporaneidade, com a consequente redefinição da migração nesses espaços”. As transformações recentes nos processos migratórios neste espaço do Litoral Norte paulista revelam a concomitância da migração interna e internacional, em particular pelas atividades de extração do petróleo e do pólo logístico portuário. Este novo contexto local reflete a posição deste espaço portuário na atual divisão social do trabalho em São Paulo (GONÇALVES, 1998) e a configuração de novas dinâmicas socioespaciais e migratórias face à lógica de novos investimentos produtivos transnacionais. Nesse sentido, a partir da análise de dados do CNIg, podemos observar que a indústria do turismo marítimo também marca presença no litoral norte, trazendo consigo trabalhadores migrantes marítimos, em sua maioria filipinos. Os dados serão apresentados mais à frente. As migrações internas no país assumem maior complexidade a partir das últimas décadas do século 20 (Cunha, 2011), em particular, pelas tendências, características e sentidos das migrações no Estado de São Paulo e suas diferentes regiões (BAENINGER, 2012). Nesse contexto, o século 21 traz importantes desafios para o entendimento dos novos processos socioespaciais em São Paulo, destacando a importância que as “vocações regionais” (HARVEY, 2003) tendem a apresentar na articulação entre processos locais e globais. A contextualização e o entendimento do processo de reestruturação urbana atual remetem, por sua vez, às transformações recentes da economia em âmbito internacional e à nova divisão social do trabalho. Desse modo, o elemento central da reestruturação econômica está calcado sob as novas formas de flexibilização da produção e sob a transformação vigorosa nos serviços de coordenação financeira, permitindo flexibilizar a forma fordista de acumulação e a dinâmica espacial desse sistema (HARVEY, 1992).