Resumo - Open Access.

Idioma principal

Modelos de Parto no Distrito Federal: Perspectivas das Mulheres e dos Profissionais de Saúde.

Brito, Amanda Oliveira de ; Carneiro, Rosamaria Giatti ;

Resumo:

Introdução: o parto, ao mesmo tempo em que é um evento individual e familiar, também é um evento social, moldado pelos costumes e valores de uma determinada época e local. Várias transformações ao longo da história do Brasil contribuíram para que o ato de parir, um processo não meramente fisiológico, mas espiritualizado e enriquecido por práticas informais de cura, assistido por parteiras no domicílio que utilizavam apenas as mãos para manobras e diagnóstico, se tornasse, hoje, um processo patológico, hospitalizado e passível de uma série de intervenções e, também, para que a cesárea fosse considerada padrão de nascimento. Cresce uma preocupação social perante esse fenômeno da medicalização do parto, onde estudos indicam ser mais prejudicial do que benéfico à saúde materna e neonatal, e um movimento em prol da humanização da assistência ao parto e nascimento. Objetivo: Estudar quais os sentidos atribuídos aos modelos de parto do Distrito Federal e problematizar os fatores que influenciam a escolha por um determinado modelo pelas mulheres e profissionais de saúde envolvidos com assistência ao parto. de igual modo, procurou-se verificar o binômio expectativa/satisfação da mulher e perspectivas acerca da humanização. Metodologia: Tratou-se de uma pesquisa de campo de cunho qualitativo, com a utilização de entrevistas semi-estruturadas e observação participante do cotidiano de um hospital e de grupos de preparo para o parto. Resultados: As percepções das mulheres sobre os modelos de parto estão imbricadas à satisfação com o parto realizado e, quando primíparas, aos valores e representações socialmente construídos. o medo da dor, o despreparo da mulher para o parto, o receio quanto ao tratamento dos profissionais e o desejo de controlar o momento do parto foram algum dos motivos para as mulheres desejarem ou recorrerem a uma cesariana e, quando não, a algum tipo de procedimento interventivo para auxiliar no momento do parto. Já as percepções dos profissionais de saúde sobre os modelos de parto possuem relação com a sua formação, o local onde prestam assistência e sua percepção acerca da humanização. Profissionais, com formação biomédica e que trabalham em hospitais, não julgam negativamente a atuação intervencionista do médico e sugerem que um parto humanizado independe do tipo de parto e está relacionado a questões mais amplas, como o direito de escolha da mulher sobre o parto e a preparação psicológica para esse momento. Conclusão: Compreender o que tem levado a ascensão das taxas de cesariana no Brasil, além do uso rotineiro de procedimentos interventivos, não é um processo simples, tendo em vista a diversidade dos sujeitos envolvidos na cena do parto. o enfrentamento da medicalização do parto pressupõe trabalhar com esses atores e nos fatores o conceito da humanização da assistência: a interpretação do parto como uma experiência humana e redefinição das relações humanas na assistência.

Resumo:

Palavras-chave:

DOI: 10.5151/medpro-cihhs-10847

Referências bibliográficas
Como citar:

Brito, Amanda Oliveira de; Carneiro, Rosamaria Giatti; "Modelos de Parto no Distrito Federal: Perspectivas das Mulheres e dos Profissionais de Saúde.", p. 384 . In: Anais do Congresso Internacional de Humanidades & Humanização em Saúde [= Blucher Medical Proceedings, vol.1, num.2]. São Paulo: Blucher, 2014.
ISSN 2357-7282, DOI 10.5151/medpro-cihhs-10847

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações