Resumo:

O presente projeto de pesquisa propõe uma investigação sobre o chamado cinema de exposição, termo relativamente recente, utilizado para identificar obras audiovisuais que estão no trânsito entre as artes visuais e o cinema. Para isso, trataremos de instalações audiovisuais que foram expostas na 48ª Bienal de Veneza (1999), na 11ª Documenta de Kassel (2002) e na 29ª Bienal de São Paulo (2010). Nestas exposições, de caráter temporário, era possível verificar um alto índice de obras audiovisuais, em que havia o encontro do espectador não apenas com as obras, mas também com o espaço expositivo, como lugar importante para a fruição. Desse modo, analisaremos por meio da genealogia das imagens em movimento, que inclui também as projeções visuais, como foi possível o atual trânsito entre as linguagens, em um processo de imaterialização das imagens e a sua relação com os suportes que vão em direção a um novo modo de sentir o espaço. Assim, entende-se que a partir da década de 1990, começa a existir outra relação com o local expositivo, onde haverá a busca pela espacialidade das obras audiovisuais, como, por exemplo, com as múltiplas projeções nos ambientes. Do mesmo modo, podemos dizer que houve uma mudança significativa no espectador, que através das instalações audiovisuais irão percorrer o espaço expositivo atento às percepções, não apenas visuais.