Artigo:

INTRODUÇÃO: Os cuidadores de crianças com neoplasias enfrentam diversos desafios, tais quais a aceitação do diagnóstico, adaptação à terminologia médica, rotina de medicamentos e efeitos colaterais, fornecimento de apoio à criança em sofrimento, além da incerteza de possível morte, resultando em crescente estresse, ansiedade, depressão e emoções negativas. Dessa forma, práticas psicoterapêuticas tornam-se essenciais para melhorar a qualidade de vida familiar durante o processo. OBJETIVO: A presente revisão tem como foco abordar a importância e as atuais práticas integrativas e psicossociais na área da oncologia pediátrica, trazendo para o centro da discussão o impacto deste quadro nos cuidadores de pacientes com neoplasia. MÉTODOS: A pesquisa no PubMed foi realizada em julho de 2022, com os descritores “Pediatrics”, “Neoplasms”, “Psychotherapy” e “Parents” articulados por meio do operador booleano "AND". Inicialmente, foram encontrados 75 artigos, quando aplicados os filtros de artigos publicados nos últimos 10 anos, nas línguas portuguesa e inglesa, resultaram em 45 artigos. Desses, foram excluídos os quais contemplavam os critérios de exclusão propostos, isto é, fuga do tema e revisão sistemática, restando 22 artigos que foram analisados na íntegra e que compõe a revisão da literatura. RESULTADOS: A literatura acadêmica apresenta uma variedade de práticas psicoterapêuticas utilizadas como meio terapêutico e de alívio para os pais das crianças envolvidas no estudo, entre elas estão a hipnose, práticas lúdicas, terapias de grupo, relatórios psicoterapêuticos, vídeos motivacionais, entre outros. Tais práticas apresentaram-se positivas em 21 dos estudos analisados, reduzindo de forma significativa os níveis de ansiedade, estresse, depressão e emoções negativas dos cuidadores. Cabe ressaltar ainda que as intervenções psicológicas se mostraram efetivas na diminuição dos sintomas de estresse pós-traumático. Apenas um dos estudos incluídos apresentou uma relação indiferente entre as intervenções e a saúde psicológica dos pais, contudo, nesse mesmo artigo foi identificado que os pais ainda recomendariam tais práticas para todos os que se encontram em situação semelhante. Além disso, também foi identificado uma preferência no momento do início das intervenções, sendo que ao diagnóstico foi considerado mais eficaz entre os pais. Os artigos analisados trouxeram ainda uma análise sobre uma contradição em que parte dos envolvidos preferia encontros presenciais pois acreditavam em maior eficácia e o restante, encontros online devido a menores custos e maior comodidade. Por fim, foi evidenciado maior aceitação materna em relação aos pais, além de maior recusa psicoterapêutica em famílias com menor acesso educacional. CONCLUSÃO: Observou-se que as intervenções psicoterapêuticas aplicadas apresentam impacto positivo sobre o estresse, ansiedade e depressão de cuidadores de crianças com neoplasias, sendo plausível sua aplicação em centros oncológicos.