Revisão de Literatura:

"**INTRODUÇÃO: **A violência doméstica é um tipo de violência de gênero, perpetrada dentro do lar, por um indivíduo com quem se tenha ou se teve um relacionamento. É definida como qualquer ato de agressão, desde marcas visíveis no corpo, caracterizando a violência física, até formas mais sutis, porém não menos importantes, como a violência psicológica, que traz danos significativos à estrutura emocional da mulher. Diante do caráter multidimensional do problema, se faz necessário uma conduta profissional que saiba lidar com a complexidade da violência doméstica.** ****OBJETIVO: **Analisar a conduta biopsicossocial dos profissionais de saúde no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica.**MÉTODOS: **Trata-se de uma revisão de literatura na base de dados SciELO utilizando os descritores “violência doméstica” e “atendimento”. Foram selecionados os artigos dos últimos 10 anos na área de Ciências da Saúde com filtros “Brasil” e idioma português e excluídos os artigos que não discutiam a atuação dos profissionais de saúde e aqueles que abordavam apenas os demais tipos de violência intrafamiliar. Após aplicação de tais critérios, obteve-se total de 21 artigos, que foram lidos e agrupados de acordo com a temática envolvida.**RESULTADOS: **A Política Nacional garante o atendimento humanizado e qualificado às mulheres em situação de violência por meio da criação de serviços especializados (Casas-Abrigo, Centros de Referência, Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Defensorias da Mulher). No entanto, a fragmentação do serviço tende a desobrigar as demais Unidades de Saúde do reconhecimento e tratamento do problema. Por envolver questões afetivas e emocionais importantes, é verificada, em muitos casos, uma tendência de a vítima não tomar qualquer atitude contra o agressor. Sendo assim, a mulher acaba buscando ajuda médica apenas para tratamento das lesões físicas. Os profissionais de saúde, focados no modelo biomédico, tratam das sequelas dos atos violentos e não abordam transversalmente a situação de violência sofrida pela paciente.**CONCLUSÃO: **Há o entendimento por parte dos profissionais sobre sua responsabilidade diante dos casos de violência identificados, além de haver a percepção sobre a necessidade de uma abordagem humanizada que transcenda o modelo biomédico. Porém, parece haver uma inabilidade para agir diante a paciente, atentando-se, então, apenas ao modelo biologicista."