Artigo:

A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica sistêmica e possui alto índice de eventos cardiovasculares. Por esta ser a maior causa de mortalidade da patologia, há impacto direto sobre o prognóstico e sua evolução. Visto o avanço do manejo da doença nos últimos anos e a introdução de novas terapias antirreumáticas com o uso de biológicos, houve uma melhora na qualidade de vida, com a remissão clínica, e no prognóstico dos portadores de AR pela redução do risco cardiovascular. O presente estudo trata-se de uma revisão narrativa da literatura dos últimos 10 anos sobre o impacto no risco cardiovascular no uso dos principais imunobiológicos usados no tratamento da AR (Infliximabe, Etanercepte, Adalimumabe, Golimumabe, Certolizumabe, Tocilizumabe, Abatacepte, Rituximabe). Os trabalhos produzidos até o presente momento mostraram redução do risco cardiovascular por diversos mecanismos, como a redução do processo inflamatório e melhora do perfil lipídico implicando diretamente no retardado da formação de placa aterosclerótica e melhora da função endotelial. Entretanto há alguns trabalhos controversos sobre os efeitos destas drogas, como no uso do Infliximabe demonstrando que pode ter ação pró-aterogênica a longo prazo e aumento de massa gordurosa; Tocilizumabe que isolado não parece ocorrer efeito positivo sobre o perfil lipídico, diferentemente de quando associado ao Metotrexato; Rituximabe o qual se questiona a segurança, visto seu efeito colateral ser Síndrome Coronariana Aguda e por haver pacientes não responsivos à droga e portanto não trazendo melhora no perfil lipídico; inconclusivos acerca do uso de Golimumabe que a pesquisa retornou apenas dois trabalhos, ambos associados ao Metotrexato e divergentes em suas conclusões, um trazendo efeitos positivos e outro deixando que não estão claros os benefícios; e ausentes no caso do Certolizumabe, o qual não foi encontrado nenhum trabalho a respeito.