Pôster:

Justificativa

Considerando o baixo risco de internação e óbito, poucos trabalhos no Brasil estudaram os preditores de mortalidade por COVID-19 na faixa etária pediátrica.

Objetivo(s)

Analisar quais são os principais preditores clínicos e sociodemográficos de mortalidade em crianças e adolescentes internados por COVID-19 no Brasil.

Método(s)

A partir do banco de dados SIVEP-Gripe, do Ministério da Saúde, analisamos todos os pacientes até 20 anos de idade, hospitalizados por síndrome respiratória aguda grave com PCR ou teste de antígeno positivos para COVID-19 e com desfechos conhecidos de 01/01/2020 até 01/01/2022. Como exposições, incluímos sexo, grupos etários, etnia, região do país, desenvolvimento socioeconômico (indicador GeoSES) e comorbidades. O desfecho estudado foi a mortalidade intra-hospitalar. Para calcular a razão de chances (OR) entre exposição e desfechos, utilizamos modelos lineares generalizados mistos multinível.

Resultado(s)

Foram incluídas 19.642 internações. Não houve relação de sexo com mortalidade e 36% dos óbitos ocorreram em menores que dois anos. Multimorbidade foi o principal fator de risco clínico (OR 9,55 IC95% 7,99-11,41). Crianças e adolescentes indígenas e pardas tiveram uma chance maior de morte quando comparadas com crianças brancas (OR 4,33 IC95% 2,55-7,36 e OR 1,45 IC95% 1,25-1,68, respectivamente). Da mesma forma, crianças e adolescentes do Norte e Nordeste e aquelas vivendo em cidades menos desenvolvidas também morreram mais (OR 2,85 IC95% 2,14-3,79 no Norte; OR 3,01 IC95% 2,47-3,66 no Nordeste; OR 0,33 IC95% 0,26-0,42 para residentes em cidades mais desenvolvidas).

Conclusão(ões)

Há um profundo impacto das comorbidades prévias e das desigualdades socioeconômicas na mortalidade pediátrica por COVID-19 no Brasil.