Outubro 2021 vol. 7 num. 2 - IV Congresso de Escolas Médicas
Trabalho Epidemiológico - Open Access.
Preenchimento de prontuários: uma questão obrigatória e negligenciada
Preenchimento de prontuários: uma questão obrigatória e negligenciada
Negraes , Beatriz de Almeida ; Godoy, Cássia Silva de Miranda ; Peres , Ana Beatriz Fleury Curado ;
Trabalho Epidemiológico:
**INTRODUÇÃO:** A epidemiologia tem como objetivos o fornecimento de dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças. As informações epidemiológicas são trabalhadas nos diferentes níveis do Sistema de Saúde e são geradas pelos prestadores de serviço da área da saúde, mas são muitas vezes descritas de maneira incompleta nos prontuários dos pacientes. A Res nº 2.056/2013 do Conselho Federal de Medicina que disciplina os departamentos de Fiscalização dos Conselhos Regionais de Medicina trata da organização do prontuário do paciente, é necessário que nele constem todos os dados relativos ao paciente, sendo essencial no serviço à pesquisa na área de saúde. **OBJETIVOS**: Analisar se as informações sociodemográficas e os hábitos de vida foram devidamente descritos nos prontuários de pacientes admitidos em hospital de referência em doenças infecciosas em Goiás. **MÉTODOS:** Trata-se de um estudo observacional transversal. Foram analisados 220 prontuários eletrônicos de pacientes diagnosticados com micose sistêmica negligenciada como doença oportunista em PVHA em unidade de referência em infectologia em Goiás no período de 2012 a 2016. Foi obtida aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer CEP: 1.713.741). **RESULTADOS:** Em relação ao perfil sociodemográfico: 44,09% dos prontuários não apresentavam informações sobre cor, no campo estado civil, 113 prontuários estavam preenchidos. Informações sobre o grau de instrução foram registradas em 97 e sobre profissão, em 105. A situação de moradia foi descrita em 69 prontuários. Sobre as variáveis relacionadas aos hábitos de vida: 82 prontuários continham informações sobre etilismo e 81 sobre tabagismo, em 4 foi registrado há quantos anos o paciente era tabagista e em 17 quantos cigarros por dia eram consumidos. Em relação ao uso de drogas, em 54 prontuários havia informações sobre o uso atual e em 14 sobre o uso prévio, as drogas utilizadas estavam descritas em 25. Sobre o comportamento sexual, apenas 12 prontuários apresentaram informações. **CONCLUSÕES:** Diante dos resultados, é possível constatar que o levantamento de variáveis relativas ao perfil sociodemográfico e aos hábitos de vida do paciente é negligenciado pelos prestadores de saúde que preenchem os prontuários. Esses dados além de terem importância no manejo clínico das doenças, são fundamentais para delinear a epidemiologia dessas e orientar ações e políticas públicas de controle, prevenção e tratamento.
Trabalho Epidemiológico:
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DOI: 10.5151/cesmed2019-55
Referências bibliográficas
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Como citar:
Negraes , Beatriz de Almeida; Godoy, Cássia Silva de Miranda; Peres , Ana Beatriz Fleury Curado; "Preenchimento de prontuários: uma questão obrigatória e negligenciada", p. 533-539 . In: Anais do V Congresso de Escolas Médicas.
São Paulo: Blucher,
2021.
ISSN 2357-7282,
DOI 10.5151/cesmed2019-55
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