Artigo:

Com a crescente produção de etanol de primeira geração (1G) no Brasil, a área de cultivo deverá ser expandida para atender à crescente demanda nacional e internacional. Entretanto, para evitar a expansão desmedida das áreas de cultivo, têm-se desenvolvido processos biotecnológicos alternativos para produção de etanol de segunda geração (2G) que permitam a utilização da biomassa lignocelulósica, gerada nos setores agrícolas e florestais. Composto por celulose e hemicelulose, a biomassa lignocelulósica se torna de grande interesse industrial devido à facilidade de fermentação após hidrólise. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi realizar o estudo cinético da sacarificação e fermentação simultânea (SSF) para a produção de etanol 2G utilizando a casca do coco como biomassa lignocelulósica. As análises de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) demonstraram que a levedura Kluyveromyces marxianus foi capaz de consumir os açúcares fermentescíveis e produzir etanol, tendo a maior produção no período de 18h, obtendo 4,052 g/L de etanol. Embora o processo SSF não tenha conseguido ser realizado na mesma temperatura que a etapa de pré-hidrolise, uma vez que a levedura não consegue suportar temperaturas maiores que 37°C, ele apresenta vantagens operacionais, como um menor tempo de operação, redução de custos e a diminuição dos riscos de contaminação por outros microrganismos.