Novembro 2021 vol. 9 num. 4 - I Seminário de Pesquisa PPGDesign

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Reinvenções do olhar: um estudo sobre o poder político da feiura

Reinvenções do olhar: um estudo sobre o poder político da feiura

Melo, Carolina Felix de ; Duarte, Oriana Duarte ;

Artigo:

Este trabalho expõe uma investigação advinda da relação entre o conceito de feiura e a impossibilidade de desvinculá-lo do contexto em que está inserido (ROSENKRANZ, 1853). Muitas vezes, a designação do que é feio ou belo, em uma determinada sociedade, constitui-se através de práticas de manipulação, exercidas por grupos que fabricam, em termos subjetivos e objetivos, os padrões estéticos vigentes, guiando, desse modo, o nosso olhar sobre as coisas (BERGER, 1972). A estética, nesse sentido, emerge como uma ferramenta de poder, capaz de influenciar, por exemplo, ideias, costumes, comportamentos e crenças. Ao questionar a autoridade da acepção do que é belo e, por consequência, o seu lugar subalternizado, no cerne dessa relação de poder, a feiura pode apresentar-se como forma de opor tal hegemonia, funcionando, também, enquanto uma resistência anti-norma, um produto que contesta o padrão vigente. Ao estabelecer esse contraponto, o poder político da feiura reside na convocação à reflexão sobre a hegemonia dos padrões estéticos.

Artigo:

Este trabalho expõe uma investigação advinda da relação entre o conceito de feiura e a impossibilidade de desvinculá-lo do contexto em que está inserido (ROSENKRANZ, 1853). Muitas vezes, a designação do que é feio ou belo, em uma determinada sociedade, constitui-se através de práticas de manipulação, exercidas por grupos que fabricam, em termos subjetivos e objetivos, os padrões estéticos vigentes, guiando, desse modo, o nosso olhar sobre as coisas (BERGER, 1972). A estética, nesse sentido, emerge como uma ferramenta de poder, capaz de influenciar, por exemplo, ideias, costumes, comportamentos e crenças. Ao questionar a autoridade da acepção do que é belo e, por consequência, o seu lugar subalternizado, no cerne dessa relação de poder, a feiura pode apresentar-se como forma de opor tal hegemonia, funcionando, também, enquanto uma resistência anti-norma, um produto que contesta o padrão vigente. Ao estabelecer esse contraponto, o poder político da feiura reside na convocação à reflexão sobre a hegemonia dos padrões estéticos.

Palavras-chave: Feiura; Estética; Política,

Palavras-chave: Feiura; Estética; Política,

DOI: 10.5151/isspppgdesign-02

Referências bibliográficas
  • [1] BAYLEY, Stephen. UGLY: The aesthetics of everything. London: Goodman Fiell, 2012.
  • [2] BERGER, John. WAYS OF SEEING. London: British Corporation and Penguin Books,
  • [3] 1972.
  • [4] ECO, Umberto. História da Feiura. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.
  • [5] MIRZOEFF, Nicholas. How to See the World: An Introduction to Images, from Self-Portraits to Selfies, from Maps to Movies, and More. New York: Basic Books, 2016.
  • [6] RODRIGUES, Sara e PRZYBYLO, Ela. On the Politics of Ugliness. Cham: Palgrave Macmillan. 2018.
  • [7] ROSENKRANZ, Karl. Aesthetics of Ugliness. A Critical Edition. Editado e traduzido por Andrei Pop e Mechtild Widrich. Londres, Nova Delhi, Nova York, Sydney: Bloomsbury, 2015.
  • [8] SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. História da Beleza no Brasil. São Paulo: Editora
  • [9] Contexto, 2014.
  • [10] STERN, Jane e Michael, The Encyclopedia of Bad Taste. Nova York: Harper Collins Publishers, 1990.
Como citar:

Melo, Carolina Felix de; Duarte, Oriana Duarte; "Reinvenções do olhar: um estudo sobre o poder político da feiura", p. 15-23 . In: Anais do I Seminário de Pesquisa PPGDesign . São Paulo: Blucher, 2021.
ISSN 2318-6968, DOI 10.5151/isspppgdesign-02

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