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Processos indutivos e dedutivos, compreendidos como sendo, respectivamente, movimentos iniciados a partir de instâncias particulares que avancem em direção a um plano geral de conjunto, ou que partam de uma visão preliminar geral de conjunto para, então, conformar instâncias particulares, podem ser identificados também em técnicas de criatividade e no pensamento projetual do design como um todo. A indução, teoricamente, é capaz de impulsionar processos criativos e promover novas descobertas, enquanto a dedução seria particularmente útil para planejamento, adequação, verificação e coerência de soluções propostas. A pesquisa de doutorado em curso tem como objetivo explorar, no campo da pedagogia de design, aspectos de processos criativos que apresentem características preponderantemente indutivas e/ou dedutivas durante fases de concepção de soluções de projeto. Esse estudo qualitativo, de caráter observacional e descritivo, está detalhando, analisando e sistematizando aspectos relevantes da natureza e da dinâmica desses processos criativos, que progridam em sentidos inversos, sobretudo quanto à identificação de momentos em que ocorram; quanto a etapas e fases discerníveis no âmbito de suas dinâmicas; quanto a suas formas e características de expressão; quanto a fatores e recursos que poderiam estimulá-los ou inibi-los; bem como quanto a percepções de professores e alunos sobre a qualidade de resultados parciais e finais de projetos que desenvolvam, complementadas pela análise desses trabalhos de alunos por parte da pesquisadora. Para tanto, no quarto semestre do doutorado em andamento, foi possível realizar doutorado sanduíche na Technische Universiteit Delft, na Holanda, em que se coletou dados por meio de observações diretas de três disciplinas de projeto e de criatividade em cursos de graduação e de mestrado em design, além de por meio de entrevistas semiestruturadas breves e em profundidade com docentes e discentes das disciplinas observadas, em compasso com a ampliação da revisão da literatura especializada. Dentre resultados preliminares alcançados até o momento, percebe-se que, por exemplo, no âmbito de técnicas de criatividade que auxiliem na transição de etapas de geração de alternativas para etapas de seleção de alternativas, na técnica denominada agrupamento espontâneo, seria desejável abster-se de organizar ideias geradas previamente por intermédio de categorias conceituais macroscópicas pré-definidas. Os docentes, em situações assim, sugerem formação de grupos de ideias sem predeterminação de classificações a que pudessem pertencer. Esse cuidado, essencialmente de natureza indutiva, favorece potencial obtenção de novos insights, ao deixar, nesses casos, a tarefa de identificação daquelas categorias conceituais macroscópicas, em progressões de instancias particulares para instâncias gerais, para a fase final da atividade. Com esta pesquisa, pretende-se aprofundar na compreensão sobre métodos, processos, ferramentas e técnicas criativas de natureza indutiva e dedutiva, de modo a consolida-los e a integrá-los, quando cabível, de forma mais sinergística e eficaz no ensino de projeto em design, que tende a apresentar preponderância de abordagens sobretudo sistêmicas e dedutivas.