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Justificativa

Poucos estudos brasileiros avaliaram coortes de lactentes hospitalizados por bronquiolite e mensuraram sua utilização de serviços de saúde.

Objetivo(s)

Avaliar a incidência de utilização de serviços de saúde e os fatores associados em lactentes hospitalizados por bronquiolite em um hospital privado da cidade de São Paulo.

Método(s)

Trata-se de estudo transversal, retrospectivo e observacional. Foram selecionados os casos hospitalizados por bronquiolite entre janeiro e dezembro de 2018 (idade entre 3 e 24 meses). Os prontuários das crianças foram revisados nos 12 meses subsequentes à alta hospitalar.

Resultado(s)

No total, 523 lactentes foram incluídos, sendo 57% do sexo masculino. 70,9% dos lactentes procuraram o serviço de emergência do hospital pelo menos uma vez nos 12 meses subsequentes à alta hospitalar, 48,8% procuraram mais de uma vez (retorno recorrente), 31,2% mais de duas vezes (retorno frequente) e 20,8% foram novamente hospitalizados. Internação em UTI foi associada com retornos recorrentes (OR:2,08) e frequentes (OR: 2,03) ao serviço de emergência, assim como com novas hospitalizações (OR:2,02). Nos 12 meses de avaliação, 52,4% lactentes tiveram sibilância pelo menos uma vez e 21,6% sibilância recorrente. Bronquiolite com idade ≤6 meses (OR:2,86) e internação em UTI (OR:2,00) se associaram com maior frequência de sibilância no seguimento, enquanto internação em UTI (OR:1,80) se associou também com sibilância recorrente.

Conclusão(ões)

Lactentes hospitalizados por bronquiolite apresentam elevada morbidade no ano subsequente à alta hospitalar. Os internados em UTI apresentam maior risco de necessitarem de novos atendimentos no serviço de emergência, serem novamente hospitalizados e apresentarem episódios de sibilância.